Sindicato questiona ministério sobre acesso aos concursos pelos professores no estrangeiro

A Federação Nacional de Educação pede para que se acabe com a injustiça e “menorização” dos professores de EPE. Solicitam igualdade de tratamento por parte do Ministério da Educação.

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Sindicato acusa Ministério da Educação ter tratamento diferenciado entre professores nacionais e os professores de EPE claudia ribeiro

A Federação Nacional de Educação (FNE) questionou o Ministério da Educação sobre a prioridade, nas negociações em curso, dos professores em território nacional em relação aos do estrangeiro no acesso a concursos disse, esta terça-feira, o secretário-geral do sindicato.

"O que acontece é que os professores do Ensino do Português no Estrangeiro (EPE) que não têm escola em Portugal, mas que estão a desempenhar funções de ensino do português tutelado pelo Governo de Portugal, em termos de regras de concurso que estão a ser negociadas com o Ministério da Educação, estão numa prioridade inferior àqueles professores que estão a trabalhar em território nacional", declarou à Lusa João Dias da Silva.

O ofício a questionar esta prioridade foi enviado na segunda-feira e endereçado ao ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues. Para o sindicalista, "não pode haver uma situação de menorização de pessoas que estão contratadas pelo Estado português para ensinarem português a portugueses no estrangeiro em relação aos que estão em território nacional".

"Porque a prioridade que consta das propostas do Ministério da Educação é inferior, com menos possibilidades de colocação do que os outros professores que estão em território nacional", avaliou João Dias da Silva. Segundo o sindicalista "a justificação do Ministério da Educação, na última reunião, é de que estes professores estão tutelados pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros, através do instituto Camões".

A última reunião de negociações entre os sindicatos e o Ministério da Educação sobre temas ligados à educação e aos professores foi no dia 5 de Janeiro.

"Ora, trata-se do mesmo Estado e o facto de haver dois ministérios, de estarem a trabalhar para dois ministérios diferentes, o país é o mesmo e os direitos dos portugueses têm de ser os mesmos, seja qual for o ministério que tutele. Trata-se de uma situação de injustiça e que consideramos que não deve existir", avaliou. Para Dias da Silva, esta questão da tutela "não pode significar uma diminuição de direitos para estes professores que trabalham no EPE".
 

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