Taxistas marcam para Fevereiro encontro nacional para debater incumprimento da lei

O encontro nacional vai juntar vários representantes do sector do táxi para avaliar novas medidas impeditivas de actividade ilegal.

Foto
Carlos Ramos pede "medidas dissuasoras de actividade ilegal" no sector xx direitos reservados

Os representantes e delegados nacionais da Federação Portuguesa do Táxi vão reunir-se a 4 de Fevereiro, em Lisboa, para analisarem, entre outros assuntos, o incumprimento da legislação que regula o transporte individual de passageiros.

Em declarações à Lusa, o presidente da Federação Portuguesa do Táxi, Carlos Ramos, explicou esta segunda-feira que, "apesar de alguns focos de cumprimento da recente lei, no geral esta não está a ser aplicada por alguns polícias que alegam mero desconhecimento do diploma".

Nesse sentido, os responsáveis dos órgãos sociais da federação decidiram, numa reunião que decorreu na sexta-feira, agendar um encontro nacional onde são esperados entre 150 a 200 representantes do sector do táxi para avaliarem novos passos.

A lei 35/2016, que entrou em vigor em Novembro, regulamenta o acesso à actividade e ao mercado dos transportes em táxi e reforça as "medidas dissuasoras de actividade ilegal" no sector. A lei visou reforçar as coimas pelo exercício ilegal de transporte de táxi. Pelo exercício da actividade sem o alvará, as coimas passaram a ser entre 2000 e 4500 euros no caso das pessoas singulares e entre 5000 e 15.000 no caso de pessoa colectiva.

Carlos Ramos lembrou a operação desenvolvida na sexta-feira pela Polícia de Segurança Pública (PSP) e o Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT) no Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, durante a qual foram levantados 13 autos de contra-ordenação por falta de alvará.

No entanto, o responsável considerou que muito há a fazer para a aplicação da lei ser uma generalidade em todo o país, denunciando que "no Bairro Alto e no Cais do Sodré [Lisboa] à noite podiam ser emitidos muitos autos de contra-ordenação e tal não é feito" pelas autoridades. Carlos Ramos lembrou ainda que foi pedida uma reunião com a ministra da Administração Interna no sentido de dar conhecimento das preocupações do sector do táxi e alertar a responsável para o incumprimento da lei, mas até ao momento só tiveram resposta dos seus serviços.

A Federação Portuguesa do Táxi tem 3260 associados e 4400 viaturas, de um universo de nove mil taxistas nacionais e 14 mil viaturas. Os taxistas contestam a actividade das plataformas electrónicas como a Uber e a Cabify, às quais estão ligados operadores de transporte com carros descaracterizados, que o Governo regulou a 22 de Dezembro. Os profissionais do táxi criticam, entre outros aspectos, o facto de o Governo não ter fixado contingente para aquelas empresas (como existe para os táxis).

Sugerir correcção
Ler 3 comentários