Processo de Novo Banco "corre risco" de ter "contornos iguais ao BPN", avisa Jerónimo

Secretário-geral do PCP defendeu o "controlo público da banca".

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LUSA/Tiago Canhoto

O secretário-geral do PCP disse neste sábado que o processo do Novo Banco "corre neste momento o sério risco de se traduzir num processo de contornos iguais ao BPN" e defendeu o "controlo público da banca".

"A utilização da resolução ao BES [Banco Espírito Santo] corre neste momento o sério risco de se traduzir num processo de contornos iguais ao BPN em todas as dimensões", afirmou Jerónimo de Sousa, durante um almoço-convívio do PCP, em Grândola.

Para o líder do PCP, "se depois de pagar a resolução, a opção do Governo for vender o Novo Banco por um preço a desconto, então essa resolução em nada difere da chamada nacionalização do BPN". "No essencial, em ambos os casos, estaríamos perante um processo de socialização da dívida dos privados e devolução aos privados do banco já livre de problemas", argumentou, frisando que "o PCP não concorda com esta solução de pôr os portugueses a pagar mais uma vez os desmandos da banca".

Jerónimo de Sousa defendeu ainda que "a entrega do Novo Banco a privados significaria que mais de 60% do capital bancário seria detido por grupos estrangeiros" e que "isso tem implicações concretas na capacidade de decisão política dos portugueses e nos seus órgãos de soberania". "E é por isso que nós consideramos, camaradas, que esta questão do controlo público da banca é um elemento fundamental de afirmação da nossa soberania, por um lado, e na possibilidade de desenvolvimento económico", sublinhou perante a plateia de militantes do partido.

"Alguém acredita, camaradas, que se ficar na mão de estrangeiros têm alguma preocupação em relação ao apoio às pequenas e médias empresas, em relação às famílias, em relação à nossa economia", questionou. "Claro que não", rematou, afirmando o empenho na "batalha do controlo público da banca".

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