Trump continua convencido que pirataria não influenciou resultados eleitorais

Ddepois de se encontrar com chefes das "secretas" e FBI, o Presidente eleito anunciou que vai criar comissão para combater ataques informáticos.

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Os EUA "são a capital mundial da pirataria", afirma Donald Trump nesta entrevista ao "New York Times" Reuters/CARLO ALLEGRI

O Presidente eleito dos EUA, Donald Trump, anunciou que vai criar uma equipa com a missão de lhe dar, dentro de três meses, um plano para combater os ataques informáticos, após uma reunião com altos funcionários das várias agências dos serviços secretos, para receber informação sobre as ingerências de Moscovo no processo eleitoral americano.

Trump classificou o encontro como “construtivo”, embora horas antes, em declarações ao  New York Times, tenha afirmado que a polémica em torno da possível ingerência no Kremlin na campanha das presidenciais dos EUA, através de operações de pirataria contra o Partido Democrata, e as acusações feitas pelas agências de informação, era “uma caça às bruxas” e uma perseguição dos adversários políticos que se sentiram envergonhados pela derrota eleitoral.

O Presidente-eleito, que toma posse na próxima semana, garantiu que o Partido Republicano, pelo qual ganhou as eleições, conseguiu iludir as tentativas de ataque informático. E, segundo a Reuters, continua seguro de que quaisquer hackers estrangeiros que tenham atacado servidores de políticos americanos não conseguiram afectar os resultados das presidenciais. 

Trump fala até em ataque informáticos anteriores contra a Casa Branca e o Congresso, defendendo que é uma injustiça que essas ingerências não tenham tido o mesmo destaque. “A China, há relativamente pouco tempo, pirateou 20 milhões de nomes do Governo”, afirmou, referindo-se a um ataque ao Gabinete de Gestão de Pessoal do Governo norte-americano, no final de 2014 e princípios de 2015. “Como é que ninguém nunca falou disso? Isto é uma caça às bruxas política”, acusou.

“Dito isto, não quero que os países pirateiem o nosso país. Piratearam a Casa Branca. Piratearam o Congresso. Nós somos a capital mundial da pirataria”, disse o Presidente eleito dos EUA, que tomará posse a 20 de Janeiro.   

Como nota o New York Times, a documentação e os dados pirateados no ataque chinês nunca foram tornados públicos, ao contrário do que foi feito durante a última campanha eleitoral. Apesar disso, e questionado sobre as razões que levaram ao destaque dado aos últimos ataques informáticos, Donald Trump não tem dúvidas em afirmar que as motivações foram políticas: “Eles foram derrotados de maneira muito forte nas eleições. Eu ganhei mais condados nas eleições do que Ronald Reagen”, sustentou. “Eles estão muito envergonhados por isso. Até certo ponto, é uma caça às bruxas. Eles estão apenas concentrados nisso”.

Trump diz também que não compreende o pouco destaque dado ao conteúdo dos documentos divulgados da campanha de Hillary Clinton, nomeadamente aqueles que mostram que a candidata democrata recebeu perguntas que iriam ser feitas durante o debate, e “muitas, muitas outras coisas que eram horríveis”. “Como é que ninguém se queixa sobre isso?”, questionou.

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