Falta de luz em bairro de Almada só será resolvida em diálogo com associação de moradores

Sobrecarga por ligações clandestinas está na origem da avaria, afirma a EDP. O bairro está sem luz há mais de uma semana mas a EDP quer dialogar com uma entidade que tenha existência formal.

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"A EDP tem cabos de alimentação para 30 ligações, não para as 500 casas do bairro”, disse fonte da empresa. Helena Colaco Salazar

Os moradores do bairro do Segundo Torrão, em Almada, vivem há mais de uma semana sem luz. Para resolver uma "situação que não é nova", a Câmara Municipal de Almada e a EDP esperam a criação de uma associação formal de moradores. Só assim será possível que uma "entidade representativa das famílias" assine um protocolo para a colocação de contadores de energia nas casas que têm contrato com a EDP. “Da parte da EDP e da câmara, há condições para avançarmos”, assegurou José Manuel Gonçalves, do pelouro da intervenção social e habitação da Câmara de Almada.

A falta de luz no bairro, avançada pela TVI a 25 de Dezembro, deve-se a uma “avaria por sobrecarga de tensão”, garantiu ao PÚBLICO fonte da EDP Distribuição, referindo que "em nenhum momento" a empresa cortou o fornecimento de energia. Em causa estão dezenas de ligações clandestinas, conhecidas como “puxadas”, que provocaram uma sobrecarga na rede, destinada apenas às 30 famílias que têm contrato de energia. “A EDP tem 30 ligações, ou seja tem cabos de alimentação para 30 ligações, não para as 500 casas do bairro”, referiu fonte da empresa.

Uma vez que falhas de energia como esta são frequentes, a autarquia tem feito contactos com os moradores para “instalar contadores nas casas de quem têm contrato” com a empresa de distribuição de energia. Conversações que incluem a EDP. José Manuel Gonçalves referiu que apenas falta a criação de uma “associação legal que possa ser representativa dos moradores e faça parte do processo”. Actualmente existe apenas uma associação informal.

Virado para a praia, em ruas com números em vez de letras, o bairro do Segundo Torrão é um bairro de construções ilegais na Trafaria, que cresceu de um bairro de pescadores. 

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