Ex-Presidente argentina Cristina Kirchner acusada de corrupção

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Cristina Kirchner deixou a presidência em 2015 EITAN ABRAMOVICH/AFP

A ex-Presidente argentina, Cristina Fernandez de Kirchner, foi formalmente acusada de corrupção por um juiz federal. Associação ilícita e administração fraudulenta são os delitos em causa.

Cristina Kirchner deixou a presidência no ano passado, após o candidato que apoiava, Daniel Scioli, perder as eleições para Mauricio Macri. 

O juiz Julian Ercolini ordenou que fossem congelados os bens da ex-Presidente, no valor de dez mil milhões de pesos (600 milhões de euros), diz um comunicado do Ministério da Justiça, citado pela AFP.

A ex-Presidente é acusada de corrupção por favorecimento em concursos de obras públicas ao grupo Austral Construcciones, de Lázaro Báez, na província de Santa Cruz, no Sul da Argentina, a base do seu poder político. Também são acusados neste caso Julio De Vido, ex-ministro da Planificação, José Francisco López, ex-secretário das Obras Públicas (detido num convento abandonado enquanto tentava enterrar seis sacos que continham 8,5 milhões de dólares, descreve a revista Perfil) e Carlos Kirchner (subsecretário de Coordinação das Obras Públicas e primo do ex-Presidente Nestor Kirchner, que faleceu em 2010, e a quem Cristina Kirchner sucedeu).

Kirchner já está a responder na justiça por suspeita de ter lesado o Estado argentino autorizando a venda de dólares a um preço inferior ao do mercado, com o objectivo de manter a cotação do peso face ao dólar artificialmente baixa — e, com isso, beneficiar a campanha de Daniel Scioli, o candidato presidencial que apoiava, mas que acabou derrotado por Mauricio Macri, em 2015.

Para Kirchner, esta acusação é "uma formidável manobra de perseguição política". Vários elementos da família Kirchner estão a ser investigados em casos de enriquecimento ilícito.

O caso já está em investigação há bastante tempo: Báez está preso há oito meses. Segundo o Ministério Público, o empresário foi favorecido com 52 contratos, entre os 2003 e 2015, alguns feitos 65% acima do valor real, embora cerca de metade tenham ficado incompletos, diz o jornal argentino Clarín. Só em preços sobrevalorizados, o grupo Austral recebeu mil milhões dólares, diz o diário.

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