Maioria dos emigrantes lesados já começou a recuperar dinheiro aplicado no BES

Clientes que investiram no Euro Aforro 10 e o EG Premium ainda não têm garantias de recuperação do capital.

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Emigrantes manifestaram-se em Paris, no âmbito das comemorações do 10 de Junho, dro Daniel Rocha

O BES, através das sucursais no estrangeiro, comercializou cinco produtos financeiros, como sendo de capital garantido, junto de milhares de emigrantes portugueses. Três desses produtos, o Poupança Plus, o Top Renda e o Euro Aforro, geridos sob a forma de veículos de investimento autónomos, aplicaram o dinheiro dos clientes em dívida sénior (obrigações) do BES.

O Novo Banco, ainda liderado por Stock da Cunha, assumiu a responsabilidade de encontrar uma solução para estes três produtos, o que já foi concretizado. A proposta comercial apresentada aos cerca de sete mil detentores que aplicaram 750 milhões de euros no Poupança Plus, no Top Renda e no EuroAforro permitirá a recuperação da quase totalidade do capital investido, num prazo de pelo menos seis anos e com algumas limitações ao nível da disponibilidade imediato do dinheiro.

Apesar dos apelos da associação criada, o Movimento dos Emigrantes Lesados, que defendia o recurso aos tribunais para garantir o pagamento imediato da totalidade dos montantes, a proposta foi aceite por 80% dos emigrantes. A forte adesão permitiu ao Novo Banco avançar com a liquidação dos três veículos e, no início do corrente, já foi disponibilizada a primeira tranche acordada.

Entretanto, os perto de dois mil emigrantes que não aceitaram a proposta têm realizado vários apelos ao Governo e até ao Presidente da República, quando esteve em Paris, nas comemorações do 10 de Junho, para que “forcem” o Novo Banco a negociar uma nova proposta. O representante do Governo no grupo de trabalho dos lesados do papel comercial do BES, Diogo Lacerda Machado, também tem este dossier em mãos, mas ainda não existe a garantia de uma solução.

Para os restantes dois produtos – o Euro Aforro 10 e o EG Premium - subscritos por algumas centenas de clientes, num montante que ascende a 80 milhões de euros, o banco agora liderada por António Ramalho ainda se encontra a analisar uma eventual solução. Um dos veículos terá investido o dinheiro dos clientes em dívida do Grupo Espírito Santo (GES), o que levanta dúvidas sobre o seu pagamento por parte do Novo Banco. O outro veículo terá investido em dívida do GES e em dívida sénior do BES (como acontece com os outros três produtos incluídos no acordo conseguido), estando aberta a possibilidade de ser parcialmente assumido pelo Novo Banco.

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