Solução “foi a possível”, diz presidente da associação que representa os lesados

Em declarações por escrito, o presidente da associação dos lesados, a AIEPC, Ricardo Ângelo, diz que cabe agora aos associados decidir se aceitam o acordo.

Como a avalia a solução apresentada e o que está garantido?
Foi a possível, teríamos que tentar arranjar um equilíbrio entre o querer - que era tudo - e o poder. Foi isso que no meio do grupo de trabalho se procurou fazer. A nós, associação AIEPC [Associação dos Indignados e Enganados do Papel Comercial], e membros desse grupo de trabalho mas sem poder de decisão, cabia-nos ajudar a superar obstáculos, melhorar e optimizar uma solução que permitisse minimizar as já avultadas perdas, tangíveis e intangíveis, dos associados. Está garantido o pagamento de 286 milhões de euros, o que permite o pagamento até 75% dos clientes que investiram até 500 mil euros, com um limite de 250 mil euros, e 50% aos restantes.

Mesmo sendo uma decisão individual, a AIEPC vai fazer alguma recomendação aos seus associados?
O que a AIEPC vai fazer é expor pormenorizadamente a solução a cada um dos seus associados, [depois] cabe a cada um aceitá-la ou não.

Acredita que a adesão será suficiente para viabilizar a proposta? Que percentagem é necessária?
Acredito. Será necessário mais de 50% do capital e das aplicações para a viabilizar. Penso que só dentro da associação,  que já representa mais de metade do universo dos lesados, o vamos conseguir.

Sem o empenho directo do primeiro-ministro seria possível chegar a esta proposta?
Não, temos que o reconhecer. O que o diferencia e o torna único perante seus pares é o seu lado próximo com que lida com o cidadão, como se preocupa, como ouve e como não menospreza problemas graves com repercussões óbvias e directas para o país.

Depois das “batalhas” travadas nos últimos dois anos e das inúmeras viagens entre Viseu e Lisboa, como se sente em relação ao resultado alcançado?
Com a sensação de dever cumprido perante a responsabilidade que me imputaram milhares de famílias. Sinto-me também orgulhoso de pertencer a um grupo de cidadãos que, sem duvidar da sua razão, não se resignaram e lutaram organizados e sem pudor perante adversidades diversas, sempre com o objectivo de criar uma solução extrajudicial que desse a oportunidade de, ainda em vida, muita gente poder usufruir das suas poupanças.

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