Figgy ganha Gran Final Gambito Golf

Foi em Tenerife, no torneio de encerramento do circuito espanhol de profissionais

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Figgy levou para casa um prémio de 10 mil euros / © ANIBAL GONZALEZ

Pedro Figueiredo tornou-se hoje no primeiro português a vencer um torneio do circuito profissional espanhol e logo o mais prestigiado título de todos, o do torneio de encerramento, que reuniu os 50 primeiros classificados do ranking.

O campeão nacional de 2013 precisou de uma excelente terceira e última volta de 66 pancadas, 6 abaixo do Par do Buenavista Golf, em Tenerife, para vencer a Gran Final Gambito Golf, do Circuito Profesional Meliá Hotels Internacional Premium.

Pedro Figueiredo impôs-se por 1 única pancada sobre o espanhol Alfredo Herédia, graças a 1 birdie no derradeiro buraco, totalizando 204 pancadas, 12 abaixo do Par do deslumbrante campo desenhado pelo saudoso Severiano Ballesteros, depois de voltas de 69, 69 e 66.

Foi em 2016 que nasceu este Circuito Profesional Meliá Hotels Internacional Premium, organizado pela empresa privada Gambito Golf, mas sancionado pela PGA de España e pela Real Federación Española de Golf.

Contudo, em anos anteriores, houve outros circuitos profissionais espanhóis, sempre extremamente competitivos, com os portugueses a despontarem com alguma regularidade, designadamente na temporada de 2006 em que Ricardo Santos e Tiago Cruz foram dos jogadores mais fortes.

Tiago Cruz atingiu mesmo dois 2º lugares, um deles na Gran Final do Peugeot Golf Tour, no Almenara Golf, com 285 (72+70+70+73), +1. Nessa final, Ricardo Santos foi 5º com 288 (74+74+69+71), +4.

Os melhores profissionais espanhóis (à exceção dos membros do European Tour e do PGA Tour) já estão habituados à qualidade e competitividade dos portugueses e vale a pena recordar que Tiago Cruz em 2015 e Hugo Santos em 2016 venceram a Taça Ibérica PGA organizada pelas PGA’s dos dois países.

Mas este triunfo de Pedro Figueiredo é superior a todos esses resultados pela qualidade do “field”, pela dificuldade do campo, pelo forte vento que se fez sentir, por ter subido sempre na classificação de 5º para 4 e depois para o título, por ter precisado de 1 birdie final para assegurar o troféu e o prémio de 10.123,97 euros.

«Joguei bastante bem hoje. Nos primeiros dois dias também joguei de forma muito semelhante, mas hoje acabei por meter mais 2 ou 3 putts. Fui muito consistente ao longo de todo o torneio, penso que só fiz 3 bogeys em três dias, o que é bastante bom. Este campo tem seis buracos de Par-5, quatro deles bastante curtos e eu consegui tirar proveito desses buracos. Hoje estava um dia ventoso, não estava fácil, mas eu costumo dar-me bem com o vento e senti-me confortável», disse o atleta do Sport Lisboa e Benfica ao Gabinete de Imprensa da FPG.

Foi num desses Par-5, o 10, que “Figgy” arrancou hoje 1 eagle, onde nos dois dias anteriores tinha feito birdie. De certa forma, foi o buraco que lhe deu a vitória. Nesta última volta só perdeu 1 pancada no buraco 3, mas converteu birdies nos buracos 5, 6, 11, 13 e 18.

Foi a sua segunda melhor volta desde que encetou uma série de bons resultados que se seguiram à desilusão de ter falhado o cut no Portugal Masters: «Fiz uma volta de 64 num torneio da PGA da Europa, em novembro, na Quinta do Lago, mas tirando essa volta, esta foi a melhor destes últimos tempos».

A Gran Final Gambito Golf foi o seu 3º título da época, com a curiosidade de terem sido alcançados nos últimos dois meses em circuitos profissionais distintos, pois anteriormente tinha sido bem-sucedido no Hilti/Mota Engil PGA Open do PGA Portugal Tour, e no 2º Pinheiros Altos Classic do Algarve Pro Golf Tour.

«Desde que me tornei profissional (em 2013), tinha apenas ganho o Campeonato Nacional, logo no início (2013), de maneira que a minha melhor fase tem sido, sem dúvida, a destes últimos tempos», reconheceu o português de 25 anos.

Pedro Figueiredo foi imediatamente felicitado nas redes sociais pelo seu amigo de sempre, Ricardo Melo Gouveia, o nº1 português, que compete ao mais alto nível, no European Tour, gerando uma simpática e sentida “troca de galhardetes” entre ambos, e também pelo presidente da FPG, Miguel Franco de Sousa.

O êxito de hoje abre-lhe boas perspetivas para 2017, sobretudo depois de ter tomado conhecimento do regresso do Open de Portugal, que irá proporcionar à FPG e à PGA de Portugal convites para serem distribuídos pelos melhores portugueses que não tenham cartão para jogar nos European e Challenge Tours.

«Os prémios monetários são sempre uma ajuda para pagarmos as nossas despesas e este servirá para o próximo ano. Não sei como vai ser em relação aos convites (para o Challenge Tour de 2017), ainda não falei com o José Correia (presidente da PGA de Portugal), mas fiquei muito contente com a notícia do Open de Portugal», comentou o profissional da Quinta do Peru Golf & Country Club, patrocinado pela Navigator.

Uma coisa é certa, a possibilidade de haver alguns convites para o Challenge Tour faz com que já não valha a pena explorar a hipótese que tinha levantado de disputar a Escola de Qualificação do Asian Tour: «Já decidi que ficarei cá pela Europa no próximo ano. Vou começar por jogar o Pro Golf Tour (circuito profissional alemão, que funciona como uma terceira divisão europeia) em janeiro, fevereiro e março. Depois, se possível, jogarei uns torneios do Challenge Tour através de convites».

Outros fortes candidatos a esses convites serão Tiago Cruz e João Carlota e qualquer um deles exibiu-se a nível elevado nesta Gran Final Gambito Golf.

Tiago Cruz entregou cartões de 69, 71 e 66, para empatar no 3º lugar com o espanhol Santiago Tarrio e o sueco residente em Espanha Peter Gustafsson, com 206 (-10), a apenas 2 pancadas de Figueiredo, embolsando cada um 2.506,88 euros. O 66 de hoje de Cruz valeu-lhe ainda o 2º lugar no Pro-Am de hoje, dado os profissionais terem disputado a última volta com um parceiro amador.

João Carlota, por seu lado, alcançou um positivo 12º lugar (empatado), com 211 (71+70+70), -5, recebendo 983,47 euros.

Houve mais dois portugueses apurados para esta final (João Ramos e Hugo Santos), e só as suas presenças em Tenerife foram um feito, pois houve um total de 194 profissionais a inscrever-se neste circuito em 2016 e só 50 vieram à final.

As classificações, resultados e prémios dos jogadores portugueses foram as/os seguintes:

1º Pedro Figueiredo 204 (69+69+66), -12, €10.123,97
3º (empatado) Tiago Cruz 206 (69+71+66), -10, €2.506,88
12º (empatado) João Carlota 211 (71+70+70), -5, €983,47
20º (empatado) João Ramos 214 (74+71+69), -2, €654,93
47º Hugo Santos 228 (74+77+77), +12, €520,66

Pedro Figueiredo acabou por ser a grande figura deste epílogo e a “press officer” da PGA de España escreveu hoje que tornou-se «no primeiro vencedor português, aliás, no primeiro estrangeiro, deste I Circuito Profesional Meliá Hotels Internacional Premium».

Acrescentou depois que houve «oito campeões de exceção ao longo da época: Jordi García del Moral (Maiorca), Carlos García Simarro (Terramar), Santiago Tarrío (Castellón), Pedro Oriol (Madrid), Carlos Balmaseda (Zaudín), José Luis Adarraga (Logroño), Javier Gallegos (Guadalhorce) e Pedro Figueiredo».

 

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