Faltam médicos, equipamentos estão obsoletos e farmácias enfrentam dificuldades

No dia em que os representantes de seis ordens profissionais da saúde foram recebidos pelo Presidente da República, recordamos algumas das carências do sector.

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RUI GAUDENCIO / PUBLICO

Falta de médicos e equipamentos obsoletos

A Ordem dos Médicos (OM) considerou quinta-feira  “alarmante” a falta de especialistas nas maternidades Bissaya Barreto e Daniel de Matos (Coimbra) e alertou para uma situação de “catástrofe iminente” nos serviços de urgência das duas maternidades, mas também nos Hospitais da Universidade de Coimbra. O problema decorre da escassez de médicos. No Hospital de Portimão, a urgência esteve esta semana um dia sem pediatras de serviço. Além da falta de recursos humanos, a OM tem afirmado que muitos equipamentos estão obsoletos e necessitam urgentemente de ser renovados.

Doentes sem comida e medicamentos

A bastonária da Ordem dos Enfermeiros disse na segunda-feira à noite que vários doentes estiveram dois dias sem comer e sem ser medicados num hospital público. Sem especificar a que hospital se estava a referir, Ana Rita Cavaco explicou que o problema terá ocorrido numa altura em que a afluência às urgências foi maior e não houve um correspondente reforço de enfermeiros e auxiliares, que já estão a trabalhar no fio da navalha. O CDS-PP pediu a audição da bastonária e o ministro da Saúde e Ana Rita Cavaco pediram à Inspecção-Geral das Actividades em Saúde que investigasse o caso.

Metade das farmácias em insolvência ou situação muito difícil

Na semana passada, a bastonária da Ordem dos Farmacêuticos revelou que quase metade das farmácias portuguesas estão em situação de insolvência ou de grande fragilidade económica.  Ana Paula Martins precisou que, num universo de três mil farmácias, “há cerca de 500 em insolvência, 800 em grande fragilidade económica e 1500 não pagam aos fornecedores”. Esta realidade  é um reflexo da crise das farmácias, lembrou, alertando que,e m situações destas, em que os farmacêuticos têm de gerir com menos dinheiro, “há um risco adicional de haver práticas menos correctas”.

Só 13 dentistas em centros de saúde 

Na saúde oral,existem neste momento e apenas em experiência-piloto em centros de saúde da região de Lisboa, 13 médicos dentistas a atender utentes nos centros de saúde públicos. A maior parte dos portugueses tem que recorrer ao sector privado. O que existe desde 2008 é um programa para a promoção de saúde oral que consiste na distribuição de cheques dentistas a grávidas, crianças, idosos e pessoas infectadas com VIH e permitiu dar resposta a 2,5 milhões de pessoas em oito anos, mas tem havido sucessivos atrasos no pagamento aos profissionais. O bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas diz que é urgente alargar este programa aos diabéticos. 

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