O sonho do optometrista do ano

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José González Méijome DR

José González Méijome foi distinguido em 2016 com o Prémio Internacional Optometrista do Ano, atribuído pela Universidade Politécnica da Catalunha. A trabalhar na Universidade do Minho desde 2001, o investigador é director do Laboratório de Investigação em Optometria Clínica e Experimental (CEORLab) do Centro de Física da Universidade do Minho. Debaixo do seu olho clínico, sempre esteve a miopia.

Tem 40 anos, mais de 120 artigos publicados, três livros editados e, assume, muita dificuldade de falar de si mesmo. “Gosto de ensinar, de fazer divulgação de ciência, mas a nível científico gostaria de contribuir para uma melhor solução, mais eficaz do que os 60% que já conseguimos no nosso projecto, para a miopia nas crianças”, diz. “Se conseguirmos daqui a cinco ou dez anos ter um dispositivo optimizado que, quando colocado no olho, faça com que ele deixe de crescer, ou seja, conseguir 100% de eficácia, isso já seria conseguir o que aspiro na minha vida útil de cientista”, acrescenta. Se isso for possível com uma lente de contacto, ainda melhor. “É a minha área de especialização. É um dispositivo que é uma maravilha da tecnologia. Conseguir que um plástico, mole e gelatinoso ou semi-rígido, consiga devolver a visão a alguém é algo de notável.”

Para a próxima geração, o optometrista deixa um desafio: conseguir fazer crescer o olho (nos casos de hipermetropia) ou diminuí-lo nos casos de miopia sem provocar danos. Um objectivo que, diz, dificilmente será cumprido nos próximos 20 ou 30 anos. Esse é um sonho que já não espera realizar. Mas, seguramente, ainda vai tentar.

 

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