Imigrantes que vivem em Portugal melhoram resultados no PISA

Portugal é o país onde mais se reduz a distância entre os resultados dos imigrantes e dos restantes estudantes.

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Diferença entre resultados dos imigrantes e dos estudantes nacionais diminuiu fortemente bruno lisita

Em nove anos, Portugal reduziu três vezes e meia a diferença entre os resultados conseguidos pelos estudantes imigrantes nos testes do PISA e aqueles que viveram sempre no país. Este é o maior decréscimo neste indicador entre todos os países que participam no estudo da OCDE. Ainda assim, os alunos de origem estrangeira continuam a apresentar maiores dificuldades em ter boas marcas, mesmo quando são descontados os efeitos da língua materna e do contexto socioeconómico.

Em 2006, data do último PISA focado na literacia científica, os estudantes imigrantes tinham um resultado, em média, inferior em 54,9 pontos ao dos colegas sem um percurso migratório. No PISA de 2015, cujos resultados foram apresentados esta terça-feira, esta diferença reduziu-se para 15,7 pontos, o que é cerca de um terço da média da OCDE (43). Esta redução de 39,1 pontos na diferença entre os dois grupos de alunos é a maior de todas as registadas no estudo e supera em 30 pontos a média internacional.

Se forem descontados os efeitos que o estatuto socioeconómico e a língua falada em casa dos estudantes imigrantes têm na sua prestação nas provas, a redução de diferenças conseguida pelo sistema de ensino nacional é ainda maior. Os alunos com origem estrangeira recuperaram 48,6 pontos de desvantagem e estão agora apenas 8,4 pontos atrás dos seus colegas. Portugal teve um resultado médio de 501 pontos na prova de Ciência, o seu melhor resultado de sempre, ficando acima da média da OCDE.

Apesar deste encurtamento na distância dos resultados dos alunos com percursos de imigração, a tendência internacional continua a apontar para uma maior dificuldade de os estudantes de origem estrangeira conseguirem a mesma performance que os restantes colegas. Portugal acompanha esta tendência. No PISA 2015, 16,8% dos estudantes nacionais estão classificados abaixo do nível 2, que é o último terço da escala deste estudo internacional. Este número sobe para 19,6% quando são levados em conta apenas os resultados dos imigrantes de segunda geração. Já entre os imigrantes de primeira geração, 21,8% estão no último terço da classificação do teste. 

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