Frederico Morais ainda nem acredita que concretizou um sonho

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Frederico Morais WSL

O português Frederico Morais admitiu que ainda nem acredita plenamente que concretizou o sonho de assegurar uma vaga no circuito mundial de surf em 2017. "Neste momento, sinto que concretizei um sonho, aliás ainda nem acredito bem, mas quero aproveitar ao máximo o momento e partilhá-lo com todos os que são importantes para mim", confessa.

Aos 24 anos, o surfista natural de Cascais tornou-se no segundo português a chegar ao topo do surf mundial, depois de Tiago Pires, que esteve entre a elite entre 2008 e 2014, ao apurar-se para as finais das duas últimas provas do circuito de qualificação, no Havai.

A eliminação do brasileiro Jesse Mendes nos quartos de final da competição, já depois de 'Kikas' ter assegurado uma vaga nas meias-finais, assegurou um lugar entre os dez primeiros do ranking de qualificação, mas o português, com o segundo lugar no heat decisivo, atrás do sul-africano Jordy Smith, terminou a temporada na terceira posição.

"Concentrei-me em cada heat, não quis estar a fazer contas, eu nem sabia que estava mesmo qualificado, por isso encarei as meias-finais e a final como fiz em toda a temporada, para conseguir uma vitória, queria ganhar. Infelizmente fiquei em segundo lugar, mas soube como um primeiro e fiquei muito feliz por esta qualificação", explicou.

O português diz ter percebido a dimensão do seu feito, mas tentou continuar imperturbável. "Obviamente cheguei a uma altura em que o pensamento fugiu para a concretização deste sonho, mas queria ter a certeza e aproveitar o meu surf naquela altura. É muita coisa ao mesmo tempo, mas quando entro no mar sei que estou ali para surfar e tudo sai naturalmente, a escolha das ondas, as manobras, e então o foco parece que fica mais definido", frisou.

Um dia depois de ter assegurado uma vaga entre os 34 surfistas do circuito mundial em 2017, 'Kikas' admitiu que ainda não consegue descrever os seus sentimentos. "O dia de hoje foi passado a tentar assimilar o que sinto, é incrível, algo que não consigo descrever, apesar de ter vontade de partilhar com todos", referiu.

Os dois segundos lugares no Hawaiian Pro, que terminou em igualdade com o havaiano e campeão do mundo John John Florence, e no Vans World Cup deixaram o cascalense na liderança da Triple Crown, que vai ser decidida no Billabong Pipe Masters, do circuito mundial, que vai ser disputado entre quinta-feira e o próximo dia 20, ao qual ainda não é certo que tenha acesso.

"Ainda não sei se posso ir a Pipeline, espero ter um lugar, quero defender o primeiro lugar na Triple Crown, que sei que vai ser difícil, mas vou dar o meu melhor", sublinhou.

O português admitiu ainda não ter ponderado que objectivos terá na próxima época, preferindo "aproveitar o momento".
Frederico Morais concluiu o ano com 22.910 pontos, sendo apenas batido pelos australianos Ethan Ewing e Connor O'Leary, que somaram, respectivamente, 23.400 e 24.025.

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