Pavilhão da Água, no Porto, reabre como novo em Outubro de 2017

Edifício vai ser ampliado pelo seu autor original, o arquitecto Alexandre Burmester, e vai ter novos conteúdos interactivos.

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O pavilhão criado para a Expo 98 devia ter durado três meses, mas já fez 18 anos Martin Henrik

Deveria ter durado apenas três meses, mas já celebrou 18 anos e há muito que pedia que alguém olhasse para ele e lhe resolvesse as mazelas. O dia chegou e o Pavilhão da Água, no Parque da Cidade do Porto, fechou as portas ao público no sábado passado. Vai ser preciso quase um ano para que essas portas se voltem a abrir, para um edifício e conteúdo renovados, mas, até lá, a vertente de educação ambiental que o pavilhão oferece vai andar por aí.

Criado para a Expo 98 de Lisboa, o Pavilhão da Água transferiu-se posteriormente para o Porto e é no Parque da Cidade que refez a morada, tendo já recebido mais de 450 mil visitantes. Mas a empresa Águas do Porto, que desde 2011 assumiu a responsabilidade pela sua gestão, percebeu que o edifício e a exposição interactiva no seu interior precisavam de uma remodelação, avançando agora com as obras orçadas em 745 mil euros, cuja conclusão está prevista para Outubro de 2017.

O edifício inclinado voltou, por isso, para as mãos do arquitecto Alexandre Burmester, para que pudesse crescer sem perder a identidade. Quando tudo estiver pronto, quem olhar para a fachada principal até pode não notar logo a mudança, mas se espreitar as traseiras, a conversa já é outra. Porque é aí que o pavilhão vai crescer, numa ampliação que vai permitir aumentar a área expositiva, criar uma sala multiusos e introduzir um elevador. “A reformulação do pavilhão segue os conceitos anteriormente estabelecidos, fazendo uma ampliação sobre a traseira e vindo a resolver, por um lado, questões de ordem funcional e, por outro, criando uma fachada no edifício que antes não existia. Agora, o pavilhão vai evidenciar-se também para o exterior do parque”, explica o arquitecto no dossier de apresentação da obra, criado pelas Águas do Porto.

No interior as mudanças também serão muitas. Filipa Fernandes, coordenadora do serviço de Educação Ambiental das Águas do Porto explicou ao PÚBLICO que não foi só o edifício a acusar a passagem dos anos. “Além da degradação normal do edifício, fomos percebendo que algumas das exposições estavam obsoletas. Por isso, lançamos um concurso de ideias e vamos ter novos conteúdos, sempre com a interactividade como suporte”, disse.

No futuro, em vez de circularem livremente pelo interior do pavilhão, saltando de experiência em experiência conforme lhe apetecesse, o visitante vai ser convidado a seguir um percurso obrigatório, que o irá levar aos novos módulos interactivos e a alguns dos que já existem, mas reenquadrados e redecorados. Pretende-se, com isto, que os módulos já existentes “vestissem não só o conceito de toda a exposição, mas também que mantivessem uma imagem apelativa dentro do seu contexto”, explica-se na informação enviada à imprensa.

Até que tudo isto esteja pronto, o pavilhão vai estar em modo “H2Out”, acrescenta Filipa Fernandes. O que significa que as escolas da Área Metropolitana do Porto vão poder continuar a contar com o trabalho de educação ambiental desenvolvido por aquele espaço. Só que, em vez de irem ao Pavilhão da Água, é o Pavilhão da Água que irá até elas. “A nossa equipa vai começar a deslocar-se a escolas e a outros museus com quem temos parcerias. Temos quatro laboratórios distintos, destinados a todas as faixas etárias, por isso, as escolas só têm de escolher o que pretendem”, afirma a coordenador da Educação Ambiental  das Águas do Porto.

Neste momento, explica Filipa Fernandes, o calendário da instituição já tem algumas datas ocupadas, mas ainda há vagas para os interessados, que podem fazer as suas inscrições nos contactos habituais do Pavilhão da Água ou na empresa municipal. E, no Verão, será também o pavilhão, no seu regime “H2Out” a assumir a responsabilidade das actividades da Bandeira Azul, centradas na explicação de como se mantém uma praia limpa.

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