Facebook insiste e tenta aumentar o acesso à Internet na Índia

Com o Express Wifi, várias aldeias indianas que não tinham acesso à Internet passam a poder usufruir de um catálogo restrito de sites.

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O Express Wifi é a nova aposta do Facebook, depois da proibição do Free Basics na Índia Reuters/STEPHEN LAM

O Facebook Express Wifi – através do qual a tecnológica quer promover o acesso à Internet em lugares em que esse aesso não existe – começou a funcionar na Índia. É um renovado esforço da empresa norte-americana para se posicionar no apetecível mercado indiano, depois de ter sido obrigado a abandonar o Free Basics naquele país.

Com recurso a um software desenvolvido pelo Facebook e através de parcerias com fornecedores de Internet e operadores móveis locais nas áreas de intervenção, o projecto é apresentado como um passo decisivo na ligação de mil milhões de pessoas à Internet. A Índia deverá contribuir com 30% desse número, segundo as estimativas da empresa.

Dois terços do mundo ainda não têm acesso à Internet. O Facebook desenvolveu este projecto a partir desse dado, com um objectivo claro: permitir que várias pessoas, actualmente a viver em sítios onde não há Internet, consigam ter acesso de forma segura, rápida e barata. Através de vouchers digitais, os utilizadores têm acesso à Express Wifi, que incorpora sites de notícias, educação, saúde, procura de emprego e, claro, o Facebook. Qualquer site pode candidatar-se a fazer parte dessa rede.

“O Express Wifi dá poder aos empresários locais porque os ajuda a oferecer acesso à Internet de qualidade aos seus vizinhos e a conseguir um rendimento estável. Trabalhando com fornecedores de Internet locais e operadores móveis, são capazes de utilizar o software do Facebook para se conectarem às suas comunidades”, lê-se no site que apresenta o projecto, o Internet.org. No mesmo site pode ler-se que o Express Wifi ainda só está a funcionar na Índia mas que tencionam “expandir para outras regiões em breve”. 

Já não é a primeira vez que o Facebook tenta implementar um projecto deste estilo na Índia. O Free Basics, que pretendia dar acesso a um número de sites restrito (como sites de meteorologia e o motor de busca Bing) de forma gratuita, fracassou porque o provedor de telecomunicações indiano proibiu a discrepâncias no preço de pacotes de dados, com base no princípio da "neutralidade da Internet". "Dado que a maioria da população ainda não está conectada à Internet, deixar que os fornecedores deste tipo de serviços definam a natureza do acesso seria equivalente a deixar que os fornecedores de serviços de telecomunicação ditassem a experiência do utilizador", pode ler-se num comunicado do Autoridade de Regulação das Telecomunicações indiana, de Fevereiro deste ano.  

Apesar da oposição indiana, o Free Basics está a funcionar noutros países, como a Tanzânia, Angola, Guiné-Bissau e Cabo Verde.

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