Associação Raríssimas ganha Prémio Manuel António da Mota 2016

Ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social lembrou que a despesa do Estado com a cooperação cresceu 11 vezes desde 1980, mas reconheceu que o país continua "demasiado desigual".

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A Associação Inspirar recebeu o terceiro prémio Manuel António da Mota, por conta do projecto "Inspiring Future", pensado para ajudar os jovens alunos a definir o seu futuro profissional Joao Silva

O Presidente da República entregou neste domingo no Porto o Prémio Manuel António da Mota, no valor de 50 mil euros, à Raríssimas — Associação Nacional de Deficiências Mentais e Raras.

Criada em 2002, a Raríssimas apoia doentes e famílias que convivem de perto com doenças raras. Tem, entre outros, o objectivo de fazer divulgação, informação e sensibilização pública sobre aquelas doenças. Nesse âmbito, criou o projecto-espaço "Capacitação Rara", que procura, através de acções de coaching, melhorar a qualidade de vida dos doentes e das famílias, apoiando a sua formação e empregabilidade.

Em segundo lugar, ficou a SAOM — Serviços de Assistência Organizações de Maria, que recebeu um prémio no valor de 25 mil euros, com o projecto "Dar Sentido à Vida", que visa inserir socialmente pessoas sem abrigo ou em risco de exclusão.

A Associação Inspirar o Futuro recebeu o terceiro prémio Manuel António da Mota, no valor de dez mil euros, por conta do projecto "Inspiring Future", pensado para ajudar os jovens alunos a definir o seu futuro profissional.

"É bom que haja prémios como este, porque são, em si mesmo, pedagógicos para projectos de solidariedade social que todos os dias nascem ou se reformulam", disse Marcelo Rebelo de Sousa, afirmando-se "eternamente grato" às instituições de solidariedade social. 

O ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, por seu turno, anunciou que o esforço de cooperação com a sociedade civil cresceu 11 vezes de 1980 para 2015 e que ultrapassa hoje os 1500 milhões de euros. "Entre 1980-2015, a valores reais (descontada a inflação), a despesa do Estado com a cooperação, ou seja, o esforço de cooperação com a sociedade civil, cresceu 11 vezes (...). Nenhuma outra área da despesa do Estado ou da utilização dos recursos públicos cresceu com esta dimensão. Ultrapassa hoje os 1500 milhões de euros", declarou Vieira da Silva, no Palácio da Bolsa, no Porto.

Um país "demasiado desigual"

Durante o discurso onde decorreu a cerimónia do "Portugal Solidário 2016", Vieira da Silva referiu ainda que, se se comparar "com um momento mais próximo", a despesa do Estado com a cooperação "cresceu três vezes em termos reais quando comparado com o valor que existia de cooperação em 1995".

Vieira da Silva declarou ainda que Portugal continua a ser um país "demasiado desigual", "com demasiada pobreza e exclusão social".  

Para o ministro, os indicadores da pobreza e das desigualdades são ainda "demasiado preocupantes", colocando Portugal numa posição de que é preciso sair. "Quase 20% dos portugueses viviam abaixo do limiar de pobreza, que corresponde a 60% da mediana dos rendimentos do país. Acima da média europeia", insistiu Vieira da Silva, lembrando que a "taxa de pobreza infantil estava perto dos 25%, acima da média do conjunto da população e acima da média europeia".

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