Morreu Fidel Castro, o eterno revolucionário

Histórico líder da revolução cubana tinha 90 anos.

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Em Abril deste ano AFP/OMARA GARCIA MEDEROS
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Fidel em 1999 AFP/NIURKA BARROSO
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Fidel em 1976 Reuters/PRENSA LATINA
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Com Che Guevara nos anos 1960 AFP/ROBERTO SALAS

Foi um dos mais carismáticos e polémicos líderes políticos mundiais. O antigo Presidente cubano Fidel Castro morreu aos 90 anos, anunciou neste sábado de madrugada o irmão, Raúl Castro, na televisão cubana.

““Querido povo de Cuba, é com profunda dor que [aqui] compareço para informar o nosso povo, os amigos da nossa América e do mundo, que hoje, 25 de Novembro de 2016, às dez e 29 da noite, faleceu o comandante-chefe da Revolução Cubana, Fidel Castro Ruz", anunciou Raúl Castro, que sucedeu ao irmão em 2006.

"Em cumprimento da vontade expressa do companheiro Fidel, os seus restos serão cremados às primeiras horas de manhã de sábado 26", acrescentou.

A breve declaração de Raúl Castro terminou com uma frase muito cara a Fidel: “Até à vitória, sempre”.

Segundo o El País, Fidel Castro foi visto pela última vez a 15 de Novembro, quando recebeu em casa o Presidente do Vietname, Tran Dai Quang.

O Presidente português foi um dos políticos que visitaram recentemente o histórico líder cubano. Marcelo Rebelo de Sousa encontrou-se com Fidel a 26 de Outubro, no âmbito de uma visita oficial a Cuba.

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Fidel com Marcelo em Outubro deste ano DR

A última aparição pública de Fidel aconteceu em Agosto, quanto completou oficialmente 90 anos (na verdade, o líder cubano teria apenas 89 anos, como conta Fernando Sousa no obituário que escreveu para o PÚBLICO). Antes, em Abril, tinha feito um discurso no VII Congresso do Partido Comunista Cubano, que soou já a despedida.

“Talvez esta seja a última vez que falo nesta sala. Em breve cumprirei 90 anos, não em resultado de nenhum esforço mas por capricho do destino. Sou como todos os demais: também chegará a minha hora”, lembrou Fidel, deixando um recado aos cubanos.

“As ideias do comunismo cubano são para durar”, avisou. “Ficarão como prova de que neste planeta, se se trabalha com fervor e dignidade, podem produzir-se os bens materiais e culturais de que necessitam os seres humanos. Devemos lutar sem trégua para obtê-los; devemos transmitir aos nossos irmãos da América Latina e do mundo que o povo cubano vencerá.”

Líder histórico da revolução de 1959, que afastou Fulgencio Batista do poder, Fidel Castro desafiou durante mais de meio século os Estados Unidos, tendo cedido o poder ao irmão em 2006, depois de sofrer uma hemorragia intestinal.

Raúl Castro assumiu interinamente a presidência de Cuba em 2006 e dois anos depois sucedeu formalmente ao irmão como presidente do Conselho de Estado e do Conselho de Ministros.

A morte de Fidel Castro, uma das figuras mais icónicas do século XX, fecha um ciclo e surge numa altura em que as relações entre Cuba e os Estados Unidos foram retomadas. Os dois países assinaram um acordo histórico, anunciado em Dezembro do ano passado por Barack Obama e reabriram as respectivas embaixadas em Washington e Havana.

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