Governo mantém confiança na administração da CGD

Em comunicado, o Ministério das Finanças diz que defende todas "as componentes do plano de capitalização, em particular a independência" e as "condições dadas" a António Domingues.

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Miguel Manso

O Governo diz ter confiança na administração da Caixa Geral de Depósitos de António Domingues e diz que vai continuar a defender "todas as componentes do plano de capitalização", sobretudo "a independência e as condições dadas ao Conselho de Administração para executar o plano de negócios".

A CGD continua debaixo de fogo da opinião pública depois de esta quarta-feira a Comissão Europeia e o Banco Central Europeu terem informado que houve reuniões informais com António Domingues quando este ainda era administrador do BPI. Num comunicado enviado esta tarde às redacções, o Ministério das Finanças diz que mantém a confiança nos novos gestores.

"O Governo tem confiança na reforma que está a empreender na CGD e na administração que escolheu, pelo seu profissionalismo, independência e idoneidade. O Governo está assim empenhado no sucesso do processo de capitalização", lê-se no comunicado.

Na mesma nota, o Governo confirma a participação de António Domingues em reuniões com a Direcção Geral da Concorrência da União Europeia (DGComp) "feitas pelo Governo" e sempre "lideradas pelo Governo, através do secretário de Estado Adjunto do Tesouro e Finanças [Mourinho Félix] e membros do seu gabinete". Reuniões que, diz o Governo, já tinham sido tornadas públicas.

Além da confirmação, o Governo justifica assim a presença de Domingues: "O Governo só podia nomear uma administração que apresentasse um plano com o qual concordasse e que fosse viável, desde logo junto das autoridades de concorrência europeias".

Já esta manhã, em declarações ao PÚBLICO, o secretário de Estado, Mourinho Félix, tinha garantido que António Domingues não teve acesso a qualquer informação confidencial enquanto negociava a sua entrada na presidência da CGD. E confirmou também que se fez acompanhar do então administrador do BPI a duas reuniões, em Frankfurt e Bruxelas, para avaliar se as condições que este colocava para aceitar o cargo podiam ser cumpridas - já que dependiam de decisões de organismos externos. 

Uma dessas condições era que a capitalização da CGD não fosse considerada ajuda de estado. Agora, no mesmo comunicado, o Governo assume que esse foi um dos tópicos das conversas de Abril com as instituições europeias. "Estas reuniões foram fundamentais para a definição das condições iniciais do plano de negócios, em particular dos elementos de ausência de ajuda de Estado, e determinantes para o seu sucesso num curto espaço de tempo, que conduziu à sua aprovação em 23 de Agosto", lê-se no comunicado.

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