Restaurante Cantinho do Avillez vandalizado por grupo pró-palestiniano

Chef português participou em festival gastronómico em Israel e sofreu pressões para boicotar o evento.

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O chef português foi um dos treze convidados de vários restaurantes internacionais para cozinhar em Telavive Paulo Pimenta
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O chef português foi um dos treze convidados de vários restaurantes internacionais para cozinhar em Telavive Paulo Pimenta
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O chef português foi um dos treze convidados de vários restaurantes internacionais para cozinhar em Telavive Paulo Pimenta
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O chef português foi um dos treze convidados de vários restaurantes internacionais para cozinhar em Telavive Paulo Pimenta

Tinta vermelha e papéis colados à porta do restaurante Cantinho do Avillez no Porto acusando o chef José Avillez de “colaborar com a ocupação sionista”. Foi desta forma que, na sexta-feira, movimentos pró-palestinianos reagiram à presença de Avillez no festival Round Tables que decorre em Israel até dia 26. O grupo José Avillez não faz qualquer comentário ao incidente.

O chef português foi um dos treze convidados de vários restaurantes internacionais para cozinhar em Telavive e regressou este domingo a Portugal depois de uma semana no restaurante anfitrião Nithan Thai. Desde que foi conhecida a ida a Israel que Avillez começou a receber pressões, através de emails e das redes sociais, para boicotar o festival. Os protestos não visaram apenas Avillez – todos os chefs presentes foram alvo de pressões semelhantes por terem decidido participar nesta segunda edição do Round Tables.

Segundo o jornal “The Times of Israel”, os autores do protesto serão activistas do movimento Boycott, Disinvestment and Sanctions (BDS). No seu site, o BDS explica que o festival gastronómico “tenta branquear a violenta repressão dos direitos humanos dos palestinianos por parte de Israel”. Em alguns restaurantes, como o Musket Room de Nova Iorque, ou o L’Ami Jean em Paris houve mesmo manifestações à porta.

O BDS acusa nomeadamente “o Governo espanhol, que no papel se opõe a colonatos israelitas ilegais” de “associar o seu nome ao evento ao lado” da Golan Heights Winery, uma produtora de vinhos “que beneficia da ocupação e anexação israelita dos Montes Golã”. No texto que pode ser lido no seu site, o BDS descreve a campanha que organizou nas redes sociais, com mais de “480 tweets e centenas de mensagens nas páginas de Facebook” apelando aos chefs para boicotarem o evento.

Segundo a Lusa, o blogue português de solidariedade com a Palestina "Palestina Vence" refere, numa publicação datada de 10 de Novembro, que "activistas contra o regime israelita de ocupação e apartheid lançaram um apelo [por carta]” a Avillez, assinado pela Associação Abril, o Colectivo Mumia Abu Jamal, o Comité de Solidariedade com a Palestina, o Conselho Português para a Paz e Cooperação, o Grupo Acção Palestina, o MPPM - Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente, o Panteras Rosa - Frente de Combate à Lesbigaytransfobia e o SOS Racismo.

Yair Bekier, um dos organizadores do Round Tables (que é uma iniciativa privada patrocinada pelo American Express e em parceria com os ministérios israelitas dos Negócios Estrangeiros e Turismo e a Câmara de Telavive) contou ao PÚBLICO que no ano passado, na primeira edição, dos 300 restaurantes de todo o mundo que contactou “290 disseram que não”. Apesar disso, o Round Tables arrancou, com sete chefs convidados, e este ano passou para os 13, envolvendo já cozinheiros de maior projecção internacional. O objectivo é levar agora o modelo do festival a outros países, começando possivelmente por Moscovo.

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