Infra-estruturas no centro do primeiro orçamento pós-"Brexit" do Reino Unido

Plano para a economai britânica de Philip Hammond é apresentado na quarta-feira.

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Philip Hammond quer flexibilizar as opções da anterior equipa BEN STANSALL/Reuters

O primeiro orçamento pós referendo do "Brexit" do Governo britânico vai concentrar-se nos investimentos e nas infra-estruturas para aligeirar a austeridade aplicada pelo anterior gabinete, diz um comunicado do Tesouro publicado este domingo.

O ministro das Finanças do Executivo liderado por Theresa May, Philip Hammond, vai prometer "colocar os investimentos nas infra-estruturas" no centro do orçamento rectificativo que será apresentado na quarta-feira, cinco meses depois de a maioria dos britânicos terem decidiro abandonar a União Europeia.

A medida central deverá ser o investimento em estradas no valor de 1,3 mil milhões de libras (1,5 mil milhões de euros), e destina-se a reduzir os problemas de congestionamento que, segundo o Ministério, custa anualmente aos britânicos 13 mil milhões de libras.

Com estes investimento que também contemplam a "inovação", Philip Hammond conta "estimular o crescimento económico a longo prazo" e atacar os défices de longo prazo da economia, em espacial a "fraca produtividade" do país.

O orçamento quer continuar a missão do anterior governo (liderado por David Cameron) de "fazer baixar o déficie", mas poderá alijeirar a ortodoxia do anterior responsável das Finanças, George Osborne.

"Philip Hammond vai estabelecer um novo quadro orçamental, sublinhando a necessidade de flexibilização para permitir ao governo responder às alterações nas condições económicas", diz o comunicado do ministério.

O orçamento deve satisfazer o exigido por May e "assegurar que todos beneficiam do crescimento económico". O que alimenta os rumores de um possível aumento do limite de rendimentos sujeito a impostos para ajudar os baixos rendimentos.

Segundo o "Sunday Telegraph", Philip Hammond prevê equilibrar as contas taxando as remunerações acessórias dos rendimentos médios, por exemplo os contratos telefónicos ou as entradas para ginásios que algumas empresas dão aos seus funcionários.

Na semana que passou, a economia britânica voltou a surpreender pelo seu vigor, confirmando a sua boa forma depois da decisão sobre o "Brexit". Mas alguns economistas prevêem que a actividade do país poderá sentir as primeiras consequências do processo no ano que vem, se as empresas se mostrarem mais reticentes a investir perante as incertezas desta saída inédita.

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