Ministro da Cultura do Brasil demite-se e acusa colega do Governo de pressão

É a quinta demissão ministerial do Governo de Michel Temer em apenas seis meses.

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Marcelo Calero, é o quinto ministro do governo de Michel Temer (na imagem) a pedir a demissão, desde que este assumiu a presidência EVARISTO SA/AFP

O ministro da Cultura do Brasil, Marcelo Calero, demitiu-se, esta sexta-feira, alegando razões pessoais. É o quinto ministro do governo de Michel Temer a pedir a demissão, desde que este assumiu a presidência, após o processo de destituição de Dilma Rousseff. O substituto de Calero é Roberto Freire. Em entrevista à "Folha de S. Paulo", o ministro demissionário acusa um colega do Governo de o pressionar para favorecer interesses pessoais.

Num curto comunicado colocado na página do Ministério da Cultura e citado pelo O Globo, Calero diz que a sua demissão é “de carácter irrevogável por razão de ordem pessoal”. Após apenas seis meses de governação, muito contestada por vários sectores do meio artístico brasileiro, Marcelo Calero diz estar tranquilo com o trabalho desenvolvido. “Saio do Ministério da Cultura com a tranquilidade de quem fez tudo o que era possível fazer, frente aos desafios e limitações com os quais me defrontei”, lê-se ainda no comunicado.

Calero assumiu os destinos da Cultura no Brasil depois de, numa primeira fase, Michel Temer ter optado por transformar o ministério em Secretaria de Estado, sob a alçada do Ministério da Educação. A medida causou forte contestação e Temer recuaria dias depois, mas o ministério sofreu desde o início de restrições orçamentais, com Calero a ser responsabilizado por esse facto.

De acordo com a imprensa brasileira, a demissão do ministro foi recebida com surpresa, apesar de serem conhecidas divergências entre Calero e o resto do Governo. Numa entrevista ao diário A Folha de S. Paulo, o ministro demissionário acusa o ministro-chefe da Secretaria do Governo, Geddel Vieira Lima, de o ter pressionado a fazer um parecer técnico por interesses pessoais.

Marcelo Calero diz que o colega de Governo procurou, pelo menos por cinco vezes, que ele levasse um instituto subordinado ao Ministério da Cultura a aprovar um projecto imobiliário, numa zona classificada de Salvador da Bahia.

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