Manifestação da função pública pode encerrar serviços nesta sexta-feira
Frente Comum espera que no OE para 2017 ainda haja margem para aumentos salariais e descongelamento das progressões na carreira.
Alguns serviços como escolas ou repartições de finanças poderão encerrar por causa da manifestação convocada pela Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública para esta sexta-feira à tarde em Lisboa.
Ana Avoila, coordenadora da estrutura da CGTP, lembra que, tal como acontece em todas as manifestações, foi emitido um pré-aviso de greve para que os trabalhadores possam participar, o que poderá levar ao encerramento de algumas escolas, tribunais, serviços de saúde ou finanças e da segurança social.
“É capaz de haver muitos serviços que não abrem, como acontece em todas as manifestações da administração pública”, precisou ao PÚBLICO Ana Avoila.
A manifestação foi convocada para reclamar aumentos salariais de 4%, garantindo um aumento mínimo de 50 euros para cada funcionário, o descongelamento das progressões na carreira, a aplicação das 35 horas semanais a todos os trabalhadores (incluindo os que estão com contrato individual de trabalho) ou a revogação do sistema de avaliação dos funcionários públicos. A Frente Comum exige ainda que o Governo reduza os descontos dos trabalhadores para a ADSE de 3,5% para 1,5% e desbloqueie a negociação colectiva no sector empresarial do Estado.
Na conferência de imprensa de quarta-feira, a dirigente da Frente Comum, manifestou-se confiante que até ao dia 29 de Novembro (data para a votação final do Orçamento do Estado para 2017) "possa haver alguma forma de resolver" algumas reivindicações da função pública, nomeadamente os aumentos salariais, o descongelamento das carreiras e as 35 horas semanais para todos os trabalhadores.
Embora valorize a eliminação total dos cortes salariais, a reposição dos quatro feriados ou a aprovação da lei que repõe as 35 horas para os trabalhadores do Estado, a estrutura sindical entende que há espaço no Orçamento do Estado para mais medidas que beneficiem os trabalhadores do sector público.
"Achamos que é possível ir mais longe ", argumentou Ana Avoila, citada pela Lusa, ressalvando que, apesar de não ser alheia à "pressão nomeadamente de Bruxelas, as coisas não podem continuar assim".
A manifestação, que inclui as cerca de três dezenas de sindicatos que compõem a Frente Comum, tem início às 14h30 no Marquês de Pombal e os trabalhadores deslocam-se depois até ao Parlamento.
Esta é a segunda manifestação que os sindicatos da função pública da CGTP fazem, desde que António Costa é primeiro-ministro. A primeira foi em Maio e tinha como objectivo garantir a aplicação das 35 horas sem excepções e sem condições.