Novos canais da RTP em Dezembro na TDT e concurso para 2017

Estação pública e ministro da Cultura apresentaram quarta-feira RTP3 e RTP Memória na televisão digital terrestre. Tutela anuncia novo concurso para mais dois canais.

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adriano miranda

O ministro da Cultura, Luís Castro Mendes, defendeu quarta-feira em Salvaterra de Magos que a emissão da RTP3 e da RTP Memória na televisão digital terrestre (TDT) vai permitir o combate às desigualdades e o reforço da qualificação e do conhecimento dos cidadãos. A TDT tem capacidade para nove canais e o concurso para a oferta de mais dois canais abrirá “durante 2017”, adiantou o ministro.

Actualmente, a TDT disponibiliza a RTP1, RTP2, SIC, TVI e canal Parlamento na sua plataforma, que é gerida pela Meo. “Por força da evolução tecnológica, a cultura depende cada vez mais de meios audiovisuais e de redes digitais”, afirmou o ministro da Cultura, no âmbito da apresentação dos novos canais da RTP na TDT, que decorreu em Muge, concelho de Salvaterra de Magos (Santarém).

Segundo o governante, o acesso integral e gratuito da RTP3 e da RTP Memória vai “beneficiar 2,5 milhões de pessoas”, a partir de 1 de Dezembro deste ano, “um objectivo do programa do Governo, que foi cumprido”. O ministro salientou que os canais da RTP são cultura, pelo que contribuem para “um melhor conhecimento e para uma melhor qualificação dos cidadãos”.

“Temos níveis de oferta de conteúdos na TDT absolutamente escandalosos em relação aos outros países da Europa”, indicou Luís Castro Mendes. Por ser serviço público e receber a contribuição audiovisual do Estado, a RTP “está menos sujeita à teoria das audiências”, mas deve “apostar na qualidade e apostar em oferecer algo de diferente”, declarou o governante.

Gonçalo Reis, presidente da televisão estatal, reforçou que “o objectivo da RTP não é dominar a TDT, mas sim cumprir o dever de serviço público” porque "em toda a Europa, todos os canais de todos os operadores públicos estão na TDT, portanto Portugal estava numa situação de excepção negativa”. A colocação da RTP3 e RTP Memória na TDT “resulta de uma convergência de várias vontades”, referiu Gonçalo Reis, destacando o papel do ministro da Cultura e de todos os grupos parlamentares, uma vez que incluíram este dossier nos programas eleitorais.

Sobre questões técnicas da emissão da RTP3 e da RTP Memória na TDT, o governante garantiu que “a difusão está feita, na maior parte [das regiões] por via terrestre, em algumas partes por satélite, mas basicamente cobre todo o território nacional”.

Em relação ao arquivo da televisão pública, o ministro da Cultura disse que o empréstimo que o Estado fez à RTP para o arquivo será transformado em participação accionista, frisando tratar-se ainda de “uma proposta” que está a ser analisada no Ministério das Finanças.

“O património arquivista é um património histórico absolutamente excepcional e que tem que ser digitalizado a bem da cultura, da História e da preservação do património”, advogou.

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