Giuliani é o favorito de Trump para secretário de Estado

O antigo mayor de Nova Iorque é amigo de longa data de Donald Trump. Questionado directamente sobre a sua possível nomeação, Giuliani não negou e considerou que estava preparado para o cargo.

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Rudy Giulian esteve esta segunda-feira num encontro em Washington Reuters/JOSHUA ROBERTS

Assim que foram conhecidos os resultados das eleições presidenciais norte-americanas começaram a surgir os primeiros nomes que poderiam formar a Administração de Donald Trump.

Entre a lista de candidatos mais prováveis surge Rudy Giuliani, o antigo mayor de Nova Iorque, como o nome mais forte para ocupar o cargo de secretário de Estado, tornando-se assim líder da diplomacia norte-americana, escreve o jornal Washington Post. Também John Bolton, embaixador norte-americano nas Nações Unidas entre 2005 e 2006, foi apontado pela equipa de Trump como um dos candidatos, mas a relação próxima de anos entre Giuliani e Trump poderá pesar nos critérios de escolha.

John Bolton, 67 anos, apesar de não ter estado tão presente na campanha republicana como Giuliani – uma das vozes que atacou Hillary –, o antigo embaixador é também uma opção polémica. Nomeado embaixador dos EUA por George W. Bush através de um decreto de nomeação directa, mesmo depois de o Senado ter votado contra a sua nomeação, os membros do Senado, democratas e republicanos, descreviam à data Bolton como sendo “autoritário, irascível e vingativo”.

Mais recentemente, em Março de 2015, um artigo de opinião no New York Times assinado por John Bolton dizia que é contra o acordo nuclear com o Irão e acrescentava que a solução era atacar aquele país.

Já Giuliani, mayor entre 1994 e 2001, chegou a ser apontado como Procurador-Geral dos EUA, o equivalente ao ministro da Justiça português, mas disse que não iria aceitar a nomeação e recomendou nomes.

Em 2006, Giuliani foi colocado num grupo de trabalho sobre o Irão, mas acabou por ser afastado dois meses depois porque não marcava presença nos encontros. À data justificou dizendo que estava a considerar candidatar-se à Casa Branca e, por isso, a sua presença poderia tornar o grupo de trabalho demasiado partidário.

Esta segunda-feira, durante um encontro em Washington organizado pelo Wall Street Journal que reuniu representantes do mundo dos negócios, Giuliani, de 72 anos, foi questionado sobre a possibilidade de ser nomeado secretário de Estado nas próximas semanas. O antigo mayor não negou essa hipótese e deixou no ar um “nunca se sabe”. Confrontado com a escolha entre o seu nome e o de John Bolton, Rudy Giuliani não se deixou intimidar. “Talvez eu”, considerou.

Durante a conversa, Giuliani elogiou a compreensão de Donald Trump sobre a economia e lembrou que, quando foi nomeado mayor, se fez rodear de pessoas que não concordavam umas com as outras para justificar as escolhas que estão a ser anunciadas por Trump. "Caso eles não concordem, sabe quem tem a palavra final? O Presidente", vincou.

Ainda assim, a decisão final não está tomada e podem ainda surgir outros nomes. Esta terça-feira, Mike Pence, sucessor de Joe Biden enquanto vice-Presidente, deverá encontrar-se com o Presidente eleito em Nova Iorque para definir os primeiros nomes da Administração Trump. Ainda esta semana, Pence irá reunir com Biden.

“Haverá novos rostos, um número de pessoas bem-sucedidas em diferentes áreas”, disse o porta-voz de Donald Trump, Jason Miller, citado pela AFP.

A escolha de Trump deverá reflectir a sua intenção de reformular a política internacional dos EUA, nomeadamente em relação à Rússia – com quem Trump esteve em contacto esta segunda-feira. Também durante esta segunda-feira, Barack Obama deu a sua primeira conferência desde o encontro com o seu sucessor e prometeu uma transição tranquila, sublinhando o compromisso de Trump em manter a NATO.

Entre os assuntos delicados em cima da mesa está também a notícia avançada pela CBS News, que, sem citar fontes, disse esta segunda-feira que a equipa de Donald Trump pediu à Casa Branca para explorar a possibilidade de os filhos de Trump terem acesso a documentos secretos. Ivanka, Eric e Donald Jr. Trump foram os herdeiros mais activos durante a campanha, tal como o marido de Ivanka, o empresário Jared Kushner.

 

 

 

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