Os sinais da Economia: Marcelo e PS reagem

O Presidente da República não se mostrou surpreendido com os dados hoje divulgados.

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Marcelo diz que é preciso esperar para ver AFP/JOAQUIN SARMIENTO

O Presidente da República recebeu hoje sem surpresa os dados que apontam para um crescimento de 1,6% da economia no terceiro trimestre e advertiu que é preciso esperar para ver se se mantém até ao fim do ano.

"Eu tinha dito uns tempos atrás que havia razões para esperar uma boa execução orçamental e porventura sinais em matéria de economia. Vamos ver é se se mantém até ao fim do ano", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, após questionado pelos jornalistas, à margem de um colóquio na Fundação Calouste Gulbenkian.

Segundo a estimativa rápida hoje divulgada pelo INE (Instituto Nacional de Estatística), a economia portuguesa cresceu 1,6% no terceiro trimestre do ano em termos homólogos e 0,8% face ao trimestre anterior.

O gabinete de estatísticas afirmou que "o crescimento mais intenso do PIB [Produto Interno Bruto] refletiu principalmente o aumento do contributo da procura externa líquida, verificando-se uma aceleração mais expressiva das exportações de bens e serviços" face à das importações de bens e serviços.

E sublinha ainda que a aceleração das exportações "foi comum às componentes de bens e de serviços".

Por outro lado, aumentou também o contributo da procura interna para a variação homóloga do PIB no terceiro trimestre, em resultado da "aceleração do consumo privado" devido ao comportamento da componente de bens não duradouros e serviços, enquanto a componente de bens duradouros desacelerou.

PS afasta diabo

O porta-voz do PS congratulou-se com os "dados extremamente positivos" sobre a evolução económica em Portugal, os quais "desmentem" o "diabo" só existente para a oposição PSD/CDS-PP.

"Desmentem todos aqueles que insistiam em falar de uma estratégia de falhanço do Governo e das políticas implementadas. É uma trajectória que tem de ser continuada e reforçada", disse João Galamba à Lusa, atribuindo "o diabo", invocado pelo presidente do PSD, Passos Coelho, "só mesmo à oposição, a única que fala sobre isso".

"Vem confirmar o que o PS tem andado a dizer, que a economia, depois de uma forte desaceleração em 2015, começou a recuperar em 2016. Há uma subida do emprego e tudo indica que atingiremos o défice mais baixo da democracia portuguesa", continuou.

João Galamba lembrou que a aposta dos socialistas sempre foi nos rendimentos, exemplificando com o aumento do imposto do selo sobre crédito ao consumo e do Imposto Sobre Veículos (ISV) para contrariar o pequeno crescimento de 2014 e 2015 assente na venda de automóveis, comparando com a atual "forte aceleração do consumo de bens não duradouros".

Centeno explica

Para Mário Centeno, ministro das Finanças, o crescimento da economia no terceiro trimestre foi sustentado pela melhoria da confiança e do emprego. "Este crescimento da economia é sustentado num aumento da confiança e nas melhorias já muito assinaláveis que vínhamos notando no mercado de trabalho", salientou.

Numa declaração aos jornalistas, o governante destacou que nos primeiros nove meses do ano foram criados 127 mil empregos, enquanto nos últimos seis meses de 2015 tinham-se perdido 75 mil empregos. “É esta a mudança de rumo que pretendíamos para a economia portuguesa”, reforçou Mário Centeno.

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