Michelle sofre insulto racista por parte de republicanas

Duas responsáveis políticas do condado de Clay, na Virginia Ocidental, teceram comentários racistas sobre a primeira-dama norte-americana. Referência a "macaca de saltos altos" já levou à demissão de uma delas.

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Michelle Obama, primeira-dama dos Estados Unidos, referenciada como "macaca de saltos altos" em publicação de Facebook AFP/NICHOLAS KAMM

A ainda primeira-dama dos Estados Unidos, Michelle Obama, sofreu uma injúria racial por parte de Beverly Whaling e Pamela Taylor, respectivamente mayor e directora da Companhia de Desenvolvimento do Condado de Clay, uma pequena cidade de Virgínia Ocidental.

“Macaca de saltos altos” ("Ape in heels") foi a expressão usada e publicada por Taylor na sua página de Facebook e que está a gerar controvérsia nas redes sociais. Taylor, juntamente com Beverly Whaling, está a ser acusada de comentários racistas.

Na sequência da eleição de Donald Trump à Presidência, Pamela Taylor comentou a chegada da nova primeira-dama, Melania Trump, com a publicação: “Será tão refrescante ter uma primeira-dama bonita, com classe e digna de volta à Casa Branca. Estou tão cansada de ver uma macaca de saltos altos”. Ao que a presidente de Câmara de Clay respondeu: “Fizeste-me ganhar o dia, Pam.”

Não demorou muito para que os cidadãos de Clay (e mesmo de fora do condado) percebessem o que acontecera e reagissem. Também a comunicação social local relatou o sucedido e, num instante, a história chegou à imprensa nacional. São muito os que “pedem a cabeça” das duas mulheres acusadas pela opinião pública de tecerem comentários racistas.

Desde segunda-feira que circula na Internet uma petição que pede os despedimentos da autarca e da dirigente, noticia o Washington Post. A petição já angariou 85.178 assinaturas. Para já, Pamela Taylor foi afastada do seu cargo, diz a Charleston Gazette-Mail.

Owens Brown, director da Associação Nacional para o Avanço das Pessoas de Cor da Virgínia Ocidental, está entre aqueles que pedem a demissão. "É lamentável que as pessoas ainda façam estas insinuações racistas", diz. "Infelizmente, esta é uma realidade com a qual lidamos actualmente na América, e não há lugar para este tipo de atitudes no nosso estado", afirma, em declarações à ABC News.

As páginas de Facebook de ambas as mulheres foram apagadas, diz o Washington Post.

Estes incidentes servem para inflamar a tensão que existe desde a eleição de Trump e que alguns como Joe Murphy, do Partido Democrata local, afirmam tratar-se da oposição entre brancos e negros no condado, mas que bem pode ser generalizada ao resto do país.

Aquando do processo de candidatura de Trump, o agora Presidente eleito recebeu o apoio do Ku Klux Klan, o mais antigo grupo racista norte-americano, que defende a supremacia branca nos Estados Unidos. Apesar de ter recusado em comunicado tal apoio, o mal já está feito, a julgar pela onda de protestos que se seguiram à vitória de Trump, bem como a estes episódios e às nomeações entretanto conhecidas para a Casa Branca.

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