Petição que pede redução de horário para quem teve cancro não chegou ainda à AR

A redução do horário de trabalho proposta na petição não teria repercussões no salário, cobrindo o Estado uma parte.

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Na petição defende-se que a reforma possa ser antecipada para os 30 anos de serviço ou para os 60 anos de idade fernando veludo/NFACTOS

A petição online que reclama uma redução do horário de trabalho e a antecipação da reforma para os sobreviventes de cancro que tenham sido submetidos a tratamentos de quimioterapia e radioterapia já conseguiu oito mil assinaturas, mais do dobro do que as necessárias para ser discutida em plenário na Assembleia da República, mas ainda não foi enviada para o Parlamento.

Propondo um horário de apenas 30 horas semanais e a reforma aos 30 anos de serviço ou aos 60 de idade sem qualquer tipo de penalização, a petição foi lançada em Junho e esta semana tinha ultrapassado as oito mil assinaturas.

“A petição está apenas à espera que eu consiga tempo para tratar de tudo. Ver todos os procedimentos, seleccionar as assinaturas válidas, imprimir tudo. Fazer um dossier que sustente o que defendemos e marcar uma data para entregar”, explicou, por escrito, ao PÚBLICO, Cristina Coelho, a professora que avançou com a iniciativa e que tem uma página no Facebook intitulada "Viver com cancro e ser feliz".

Diagnosticada a um carcinoma pulmonar em 2012, Cristina Coelho argumenta que os tratamentos dos cancros são habitualmente agressivos e provocam lesões que muitas vezes só anos mais tarde se vêm a declarar. São lesões que variam consoante “o tipo de cancro, tratamento e condição física”, mas podem passar pela perda de audição, dificuldades de aprendizagem, de memória e concentração, de visão, problemas cardiovasculares e respiratórios, entre outros.

A redução do horário de trabalho proposta na petição não teria repercussões no salário, cobrindo o Estado a parte restante, de maneira a não penalizar o empregador. Quanto à reforma, a professora defende que possa ser antecipada para os 30 anos de serviço ou para os 60 anos de idade. “O final de um dia normal, um dia após outro, torna-se complicado e injusto quando nos comparamos a um trabalhador normal e saudável... Trabalhar é extremamente benéfico para nós, mas deveríamos ter uma redução”, alega.

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