Câmara de Lisboa quer mostrar a pessoas sem-abrigo que "sorrir não custa"

Programa de saúde oral para sem-abrigo proporcionará ajuda, educação a nível da higiene oral e melhoria da autoestima dos indivíduos.

Foto
tiago machado

A Câmara Municipal de Lisboa apresentou nesta quinta-feira o programa "Sorrir não custa", iniciativa que pretende melhorar a saúde oral da população sem-abrigo da cidade, através de identificação, educação e tratamento.

O programa junta o município e a Plataforma Global e pretende ser posto em prática "ainda este ano, mas sem data para terminar", afirmou o vereador dos Direitos Sociais, João Afonso. "O objectivo será identificar o problema, diagnosticar e começar a intervir passo a passo para melhorar as condições de vida destas pessoas", acrescentou. João Afonso referiu, também, que "a Câmara vai ser um facilitador para implementar este programa", que "não terá custos para o município".

O autarca apontou, ainda, que "a Câmara vê com muito entusiasmo a implementação deste programa", uma vez que "existem dentistas que apoiam os sem-abrigo de forma pontual, mas não existia nada que permitisse fazê-lo de forma sistemática".
O projecto conta também com o apoio do Núcleo de Planeamento e Intervenção Sem-Abrigo (NPISA) de Lisboa, e será um trabalho articulado com as equipas técnicas de rua, mais próximas destas pessoas.

Segundo o director clínico, o projecto "Sorrir não custa" consistirá em "identificar as pessoas que precisam de ajuda, educá-las a nível da higiene oral e tratá-las através de implantes dentários, sempre que possível". Paulo Varela observou que "muitas pessoas queixam-se que não vão a entrevistas de emprego por não terem os dentes em condições".

Por isso, "o processo é mais profundo" e passa também por "melhorar a auto-estima" destas pessoas, observou o dentista.

Esta ideia foi partilhada por João Afonso, que acrescentou que "a degradação da imagem dificulta a integração" das mais de 800 pessoas que estão nestas condições, na cidade de Lisboa.

Sugerir correcção
Comentar