Isto vem a propósito do que aconteceu esta semana no Facebook. Reparou na quantidade de amigos que fizeram check-in em Standing Rock, estado norte-americano do Dakota do Norte? Não, não houve nenhuma promoção de última hora de Ryanair. Na verdade, nenhum dos nossos amigos estava lá. Mas quase um milhão e meio de pessoas marcaram presença virtual naquele canto remoto dos EUA. O movimento espontâneo seguiu-se a apelos nas redes sociais para confundir as autoridades locais que, supostamente, estariam a tentar identificar participantes nas manifestações que decorrem ali há meses contra o projecto de um oleoduto cujos detractores acreditam colocar em perigo o ecossistema e o património nativo-americano.

A polícia do condado de Morton já veio desmentir que estivesse a verificar quem estaria no local através do Facebook, explicando até que seria mais fácil fazê-lo através das redes de telemóveis.

A exposição nas redes sociais acabou por ter o feito de colocar a causa nas primeiras páginas nos jornais mundiais. Depois de meses de silêncio sobre o assunto, o Presidente norte-americano Barack Obama anunciou na quarta-feira que o Exército, encarregue da construção da estrutura, está agora a estudar a possibilidade de alterar o traçado do oleoduto. “Existe uma forma de preservarmos as terras sagradas dos nativo-americanos”, disse ao site NowThis News.

O actual conflito entre a tribo Sioux e as autoridades federais é apenas o mais recente episódio num longo historial de tensão entre a minoria nativo-americana e Washington, que tem sido ofuscado pela mais mediática questão da violência policial contra a comunidade afro-americana.