Guimarães Jazz assinala 25 anos a olhar o futuro com edição "da base para topo"

Festival começa este sábado com a actuação de bandas locais, e o programa é retomado de 10 a 19 de Novembro.

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A big band LUME abre o festival, este sábado DR
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Ivo Martins, director do festival DR

O Guimarães Jazz comemora 25 anos com a edição que começa este sábado, dia 5, e vai até 19 de Novembro, com uma programação feita "da base para o topo" a encarar o futuro, nas palavras do programador Ivo Martins.

O festival, que vai apresentar nos palcos da cidade nomes como o saxofonista Rudresh Mahanthappa, o trompetista Ambrose Akinmusire e Donny McCaslin (que liderou a banda que gravou Blackstar, com David Bowie), e a pianista e compositora Carla Bley, entre muitos outros, abre este sábado com um concerto dirigido por Marco Barroso, à frente da big band LUME, da Banda da Sociedade Musical de Pevidem e do Coro BJazz, da escola de jazz da associação Convívio.

"Este regime de proximidade e esta possibilidade de o festival se abrir a áreas de intervenção para os jovens torna o festival num processo mais enriquecedor e mais complexo e interessante. Isto é que diferencia verdadeiramente o festival, porque festivais, como dizia o outro, há muitos. Agora, esta fórmula tão trabalhada e com envolvência dos jovens torna isto tudo muito mais festivo, mais celebratório", afirmou Ivo Martins.

De acordo com o programador do Guimarães Jazz, "a edição deste ano é um programa que se define muito da base para o topo". Ou seja: "Muitas vezes nós preocupávamo-nos muito em trazer os líderes, e os líderes vinham acompanhados de músicos que para nós, por vezes, eram secundários. A figura do líder apagava os restantes músicos e não tínhamos uma preocupação em trazer os músicos que vinham com o líder. Este ano, concebemos o programa ao contrário".

"É um festival de um nível elevado, em termos geracionais muito transversal e mais novo; os músicos são mais novos do que os dos anos anteriores, e esta foi uma estratégia de actuação e por isso é que nós dissemos que estávamos mais preocupados em apresentar jazz contemporâneo", referiu Ivo Martins.

Segundo o programador, a organização do evento está agora mais preocupada com "o que vem a seguir do que com o que está feito, porque o mais importante é o futuro, é a forma como o festival vai sobreviver e como é que [se vai] reinventar o festival".

Sobre se é possível conceber os 50 anos do Guimarães Jazz, Ivo Martins responde de forma afirmativa: "Tudo é possível. Tenho que acreditar nisso. Assim como acho que é possível este festival ser feito em qualquer lugar. Acredito nisso porque, se não, estava a transformar o festival num milagre, e eu não acredito em milagres".

Embora possível, Ivo Martins explica que o evento só é viável devido a "uma conjuntura bastante favorável que se foi descobrindo, que não existia", sendo hoje muito mais do que o lado mais mediático dos concertos no grande auditório do Centro Cultural Vila Flor, fazendo "pedagogia [e tendo] grupos de jovens músicos a tocar e a ensaiar".

"O problema de o festival ser possível noutro sítio é que não pode ser feito em dois ou três anos e muitas vezes as pessoas que dirigem os sítios querem resultados imediatos, e um festival com estas características não é um resultado imediato", lembrou.

 

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