Governo anterior deixou por actualizar 771 mil pensões mínimas

Número foi avançado pelo ministro do Trabalho, Vieira da Silva, durante uma audição parlamentar.

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Vieira da Silva, ouvido nesta quarta-feira no Parlamento Miguel Manso

O ministro do Trabalho e da Segurança Social, Vieira da Silva, acusou o anterior Governo de ter deixado por actualizar mais de 771 mil pensões mínimas, penalizando as pessoas com carreiras contributivas mais longas.

"Não venham dizer ao país que actualizaram as pensões mínimas, é falso”, atirou Vieira da Silva, durante uma audição conjunta das comissões parlamentares do Trabalho e das Finanças, que está a decorrer nesta quarta-feira, para debater o Orçamento do Estado (OE) para 2017.

“As pensões mínimas não actualizadas são 771 mil. Nunca foram actualizadas pelos senhores", concretizou o ministro, destacando que em causa estão trabalhadores de fizeram descontos para a Segurança Social por mais anos e que “não tiveram um cêntimo de actualização” entre 2011 e 2015.

Vieira da Silva respondia aos deputados do PSD e do CDS que questionaram o ministro sobre as razões por detrás da decisão de apenas dar o aumento extraordinário até dez euros às pensões mínimas entre 275 e 368 euros. 

“Achamos bem que tenhamos uma redistribuição do rendimento por via das pensões. Achamos bem que haja esse aumento extraordinário. Agora, achamos muito mal que pensões de 263 euros não tenham o aumento até dez euros e tenham apenas actualização de 0,7% ou 0,8%. Porquê? Porquê só a partir de Agosto? Porque em Setembro há eleições autárquicas?”, questionou o deputado social-democrata Adão Silva.

Mais à frente, Anacoreta Correia, deputado do CDS, acusou o Governo de “violentar os mais pobres” por não aumentar “as pensões mínimas das mínimas”. “O PS abandonou o combate à pobreza e isso é grave”, acusou.

Nas suas intervenções, o ministro foi deixando farpas à oposição, lembrando que apenas as pensões sociais, rurais e o primeiro escalão da pensão mínima (correspondente a quem descontou menos de 15 anos) foram aumentadas entre 2011 e 2015.

De fora ficaram os restantes três escalões das pensões mínimas (correspondentes a quem descontou mais de 15 anos) e que agora Vieira da Silva quantificou em mais de 771 mil.

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