Combates violentos em Alepo depois do fim da trégua

Porta-voz de Putin volta a defender intervenção militar na Síria. Conselho de Segurança das Nações Unidas recebe relatório que conclui que exército sírio usou armas químicas em 2015.

Putin, segundo o porta-voz, continua a defender que é preciso manter Assad no poder
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Putin, segundo o porta-voz, continua a defender que é preciso manter Assad no poder AFP/ODD ANDERSEN
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AFP/GEORGE OURFALIAN

Houve combates violentos, ataques aéreos e ouviram-se tiros de artilharia. Depois do fim de uma trégua de três dias decretada pela Rússia, a violência que opõe as forças do regime e os rebeldes voltou a alastrar-se por vários bairros de Alepo, na Síria, como relata a AFP. O Observatório Sírio dos Direitos Humanos já confirma pelo menos três feridos, numa guerra que, desde 2011, já fez mais de 300 mil mortos.

Em Moscovo, o porta-voz do Presidente Vladimir Putin, Dmitry Peskov, insistiu, neste sábado numa entrevista televisiva, na intervenção militar russa na Síria, defendendo a necessidade de "libertar" o país de todos os jihadistas, e mantendo Bashar al-Assad no poder.

Na sexta-feira, conta ainda a AFP, o Conselho de Segurança das Nações Unidas recebeu um relatório confidencial no qual se conclui que o exército sírio tinha liderado um novo ataque com armas químicas (cloro), na localidade de Qmenas, controlada pelos rebeldes, a 16 de Março do ano passado. O chefe da diplomacia francesa apelou neste sábado para que o Conselho de Segurança adopte uma resolução condenando o uso de armas químicas na Síria, e prevendo sanções contra os autores desses actos “desumanos”.

A trégua que tinha sido decretada pela Rússia – e que a ONU tinha pedido que a pausa se estendesse até segunda-feira – não permitiu retirar da zona as 200 pessoas feridas que precisavam de cuidados. Os oito corredores abertos para o efeito ficaram desertos, confirmou o director daquele observatório à AFP, Rami Abdel Rahmane. As autoridades russas e os meios de comunicação estatais sírios já vieram acusar os rebeldes de terem impedido essa saída. O que acontece é que, a par da violência e das mútuas acusações, o medo vai crescendo – Abdel Rahmane conta à AFP que tanto o regime como os rebeldes estão a reforçar a sua força militar.

A violência do conflito na Síria não tem parado de crescer: mortos, feridos, infraestruturas como hospitais destruídas. O Alto Comissariado para os Direitos Humanos, Zeid Raad al-Hussein, já alertou na sexta-feira: Alepo transformou-se num "matadouro".

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