Conselho de Redação da Lusa considera que redução da verba é forma deliberada de "tirar meios" à agência

Governo pretende reduzir em 2,6 milhões de euros a verba para a agência de notícias.

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daniel rocha/Arquivo

O Conselho de Redação da Lusa entende que a decisão do Governo de reduzir em 2,6 milhões de euros a verba para a agência na proposta de Orçamento do Estado é uma forma deliberada de "tirar meios" à empresa.

Em comunicado, o Conselho de Redação lamenta "profundamente a decisão do Governo" e afirma temer "que a decisão ponha em causa o normal funcionamento da agência e as necessidades de modernização e de contratação de novos jornalistas".

Os membros eleitos deste órgão consideram que "a decisão vai ao arrepio de tomadas de posição públicas do ministro da Cultura em relação à importância da Lusa" e dizem-se "obrigado a entender que o Governo está deliberadamente a tirar meios à agência Lusa".

O Conselho de Redação lembra que ainda no final do mês passado o ministro da Cultura, Luís Castro Mendes, elogiou a estratégia digital desenhada pela Lusa "que, naturalmente, se faz com dinheiro", e "lamenta profundamente que o Orçamento do Estado (OE2017), em relação à Lusa, seja contrário às palavras do ministro da Cultura".

Já esta tarde, o ministro da Cultura afirmou na conferência de imprensa do Conselho de Ministros que o "processo orçamental não está concluído" e que a indemnização compensatória da agência Lusa está a ser analisada, garantindo que tudo será feito para não pôr em causa o serviço público.

Na quarta-feira, em resposta a questões colocadas pela Comissão de Trabalhadores da Lusa, o Ministério da Cultura disse que vai "reequacionar" o contrato de prestação de serviço noticioso e informativo com a Lusa, depois de reduzir a indemnização compensatória na proposta de Orçamento de Estado para 2017 em 2,6 milhões de euros relativamente ao ano anterior.

O ministro que detém a tutela da Comunicação Social deixou a garantia de que "tudo se fará para que não seja posto em causa o serviço público de informação e para que não seja penalizada ou seja minimamente penalizada a empresa e os seus trabalhadores".

Também na quarta-feira, a direcção de informação da Lusa manifestou "profunda preocupação".

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