Músicas de um pote latino sem grandes surpresas

O programa musical de Lisboa 2017 – Capital Ibero-Americana de Cultura, ainda com nomes e repertórios por preencher, não traz grandes surpresas.

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Efraín Oscher (Venezuela): uma suite em estreia absoluta DR

O programa musical de Lisboa 2017  Capital Ibero-Americana de Cultura deixa ainda alguns nomes e repertórios por preencher, mas o essencial está dito e não traz grandes surpresas. Começa a 7 de Janeiro no São Luiz, com um concerto triplo, três vozes dignas de aplauso: Gisela João (Portugal), Mariela Condo (Equador) e Yomira John (Panamá). Na mesma sala, tudo o que se segue é brasileiro (e, na quase totalidade, já nosso conhecido): Paulo Aragão, dirigindo em orquestra obras do genial Pixinguinha (8 de Fevereiro); Márcia Castro com Mariana Aydar & Dani Black (9 de Fevereiro); Momo com Dom La Nena (10 de Fevereiro); e Vítor Ramil (28 de Maio), que volta a trazer esse portento que é Délibab, seis anos após tê-lo estreado na Culturgest (em 2011, regressando em 2012)

Já a Casa das Galeotas será palco de um concerto da Camerata Atlântica (25 de Fevereiro), com obras de Julián Orbón (Cuba) e de Efraín Oscher (Venezuela), este com uma suite em estreia absoluta, intitulada Libertadores de América. No Maria Matos, em Novembro (9 a 11), será apresentada Imperial Silence – Una Ópera Muerta, do compositor John Jota Leaños, nascido nos territórios mexicanos dos Estados Unidos, que também dirigirá no mesmo local uma masterclass (no dia 11/11, ainda sem hora marcada)

As Festas de Lisboa também estão envolvidas na programação. Abrem, a 3 de Junho, com a Orquestra Gulbenkian a interpretar obras de Joaquín Rodrigo, Arturo Márquez, Silvestre Revueltas, Manuel de Falla e Heitor Villa-Lobos, seguindo-se (de 8 a 10 de Junho) a segunda edição do Fado no Castelo dedicada ao diálogo entre o fado e o tango, o flamenco e o chorinho. Soy Loco por Ti, América, música e leitura de textos e poemas com músicos do Peru, Brasil, México e Uruguai (de 15 a 18 de Junho), antecede um Baile Latino, a fechar as festas (1 de Julho). As novas edições dos festivais Lisboa Soa e Dançar na Cidade, ambas em Setembro, também aderem ao tema. Antes, em Março, “várias artistas e cantautoras portuguesas” interpretarão Violeta Parra para a rádio; e, no 25 de Abril de 2017, num concerto comemorativo da data, “uma orquestra sinfónica portuguesa, coro e combo ligeiro” interpretarão canções de José Afonso, Chico Buarque, Carlos Puebla ou Mercedes Sosa.

No Museu do Fado, há duas iniciativas paralelas ligadas à música: o colóquio Música de Ida e Volta, com curadoria de Salwa Castelo-Branco, Rui Vieira Nery, Pedro Félix e Sara Pereira, onde se falará das ligações entre fado, samba, modinhas, tango ou flamenco (5 a 7 de Outubro) e a exposição Saura – 10 anos de Fados, comemorativa do filme homónimo, com curadoria do próprio realizador espanhol, Carlos Saura, e do produtor e realizador português Ivan Dias (11 de Novembro a 31 de Dezembro).

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