Nova maioria socialista nos Açores

Não foi a vitória esmagadora prevista pelas sondagens, mas foi um resultado que deu aos socialistas a quinta maioria absoluta consecutiva. PSD ficou a 15 pontos e a abstenção bateu recorde.

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Vasco Cordeiro obteve a segunda maioria absoluta nos Açores Rui Soares/Arquivo

Nos Açores nada de novo. O PS venceu este domingo as eleições regionais açorianas, mesmo obtendo um resultado inferior ao de 2012. Os socialistas, liderados por Vasco Cordeiro, garantiram 30 dos 57 lugares da assembleia regional, menos um do que nas últimas regionais, segurando assim a governação do arquipélago.

Não foi a vitória esmagadora prevista pelas sondagens, mas foi um resultado que deu aos socialistas a quinta maioria absoluta consecutiva, a segunda com Cordeiro na liderança, e que volta a deixar o PSD, a principal força política da oposição, a mais de 15 pontos de diferença.

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“Foi uma grande vitória do Partido Socialista”, sintetizou Vasco Cordeiro, no final da noite, destacando a “maioria estável” alcançada pelo partido que vai permitir aos socialistas cumprir com “estabilidade” as propostas apresentadas ao eleitorado. “O objectivo foi plenamente alcançado”, sublinhou o, agora reeleito, presidente do governo açoriano.

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Nas antípodas, estava o PSD regional. Duarte Freitas, que pegou no partido após a derrota nas regionais de 2012, assumiu que os objetivos propostos não foram alcançados, mas não falou em demissão. Numa curta declaração, sem direito a perguntas, o social-democrata açoriano prometeu continuar a trabalhar no parlamento insular em nome de um modelo alternativo ao que tem sido seguido pelo PS. Vamos, frisou, assumir a responsabilidade perante aqueles que votaram no PSD.

Ao  minuto: recorde aqui a noite eleitoral

Tal como Vasco Cordeiro, também Duarte Freitas perdeu votos e deputados. Os socialistas conseguiram 46,43% dos votos contra os 48,98% obtidos há quatro anos. Tinham 31 deputados, ficaram agora com 30. Os social-democratas viram o eleitorado descer de 32,98% para 30,89%, reduzindo o grupo parlamentar de 20 para 19 deputados.

E para onde foram esses parlamentares. Para o CDS e para o Bloco de Esquerda. A par dos socialistas, estes foram os outros vencedores da noite. Os centristas subiram de 5,67% para 7,16%, crescendo de três para quatro deputados. O Bloco conseguiu um grupo parlamentar (dois deputados) fruto dos 3,66% dos votos, quando em 2012 tinham elegido apenas um parlamentar e merecido a confiança de 2,26% do eleitorado.

Numas eleições em que se registou a mais elevada taxa de abstenção em regionais (59,16%), a CDU e o PPM seguraram o eleitorado e o deputado que tinham na assembleia, enquanto o PAN, apesar de ter crescido o dobro, e ter conseguido mais votos do que os Monárquicos, ficou à porta da assembleia.

O sistema eleitoral açoriano, é composto por nove círculos eleitorais, um por cada uma das ilhas, e um de compensação que reúne os votos que não foram aproveitados para a eleição de deputados nas ilhas. O PPM repetiu as votações de 2008 e 2012 no Corvo, onde apenas votam 334 eleitores, conseguindo por aí eleger um parlamentar. Paulo Estevão, líder do PPM-Açores foi assim reeleito. Agradeceu a confiança do eleitorado e destacou os resultados significativos nas restantes ilhas.

Já o CDS, através de Artur Lima, preferiu ironizar. “Deram-me como morto”, disse o responsável pelos centristas açorianos, enquanto a bloquista Zuraida Soares destacou o “melhor resultado de sempre” alcançado pelo partido nos Açores. 

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