“A ideia é começar com os outros o mais rápido possível”

Restaurante solidário faz parte do Programa Porto de Abrigo – Contributo do Município do Porto para a Estratégia Local de Integração de Pessoas em Situação de Sem Abrigo

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Fernando Veludo/nfactos

De vez em quando, a directora municipal de desenvolvimento social do Porto, Raquel Magalhães de Castello-Branco, faz voluntariado no restaurante solidário. “Isto é um projecto-piloto”, resume. Servirá para afinar o modelo, que será replicado noutras três zonas da cidade. Não sabe dizer quando, nem onde, nem com quem. “A ideia é começar com os outros o mais rápido possível.”

Não se sabe ao certo quantas pessoas estão em situação de sem abrigo, isto é, dormem na rua, em locais precários, em abrigos de emergência ou em alojamentos temporários. No final do ano passado, o Núcleo de Planeamento e Intervenção nos Sem Abrigo (NPISA) tinha sinalizado 721 pessoas. Estimava-se que a viver nas ruas do Porto estivessem cerca de 120 pessoas.

Por impulso da “Estratégia Nacional de Apoio às Pessoas Sem Abrigo”, com base numa espécie de “acordo de cavalheiros”, a rede começou a funcionar em 2009. Reuniu 64 entidades públicas e privadas apostadas em retirar pessoas da rua e em as acompanhar até á inserção. Já neste ano, 39 assinaram o acordo formal.

A intervenção, articulada pela Segurança Social, tem vindo a ser afectada pela redução do número de gestores de caso (63 para 40). Já este ano, a Câmara do Porto anunciou o Programa Porto de Abrigo – Contributo do Município do Porto para a Estratégia Local de Integração de Pessoas em Situação de Sem Abrigo, destinado a ampliar e a qualificar as respostas já existentes na cidade.

O programa contempla um conjunto de iniciativas. Para além da rede de restaurantes solidários, abriu-se concurso para uma equipa de rua. A autarquia está a preparar um centro de acolhimento de emergência, numa das enfermarias do antigo Hospital Joaquim Urbano. E está a desenvolver um programa de alojamento de longa duração. A ideia é promover o acesso a uma habitação estável, que poderá ser partilhada com outras pessoas. A Benéfica Providente disponibilizou dois apartamentos que já têm 5 pessoas e a Santa Casa da Misericórdia do Porto deverá disponibilizar outros seis para 12 pessoas. 

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