Associação quer fazer chegar óculos gratuitos aos mais pobres

Maria João Quadrado, presidente da Sociedade Portuguesa de Oftalmologia, diz que "há muita gente que não compra os óculos, ou não vai ao médico” porque não tem dinheiro.

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O maior risco está nas crianças, que, pela falta de diagnóstico e respectivo tratamento, podem ficar com problemas permanentes na visão, diz SPO enric vives-rubio

A Associação Banco de Óculos vai apresentar nesta quinta-feira, Dia Mundial da Visão, um projecto que pretende disponibilizar, gratuitamente, lentes e armações a pessoas carenciadas.

Este projecto vai contar com parcerias com a Sociedade Portuguesa de Oftalmologia (SPO), os Serviços Sociais da Câmara Municipal de Lisboa e os Serviços de Acção Social da Universidade de Coimbra, informa a associação.

Maria João Quadrado, presidente da SPO, diz que "há muita gente que não compra os óculos, ou não vai ao médico porque receiam ter de comprar os óculos e não têm dinheiro". Esta situação não é nova e tem vindo a agravar-se nos últimos anos, garante em declarações à Lusa. "A situação é transversal às idades e à diferenciação económica. Algumas pessoas, que há cinco anos tinham algumas possibilidades, passaram de ter quase tudo para quase nada.”

O maior risco está nas crianças, que, pela falta de diagnóstico e respectivo tratamento, podem ficar com problemas permanentes na visão. "Nas crianças, é gravíssimo não usarem óculos quando precisam. É fundamental, caso contrário pode haver defeitos permanentes", salientou.

Já Filomena Vieira, advogada e dirigente da associação, disse ao PÚBLICO que o objectivo do projecto do Banco de Óculos “é chegar ao terreno e às pessoas”. Será apresentado na Biblioteca do Museu Nacional de Arte Antiga, em Lisboa.

As armações e lentes vão ser recolhidas em grandes supermercados, empresas e escolas e serão depois distribuídas pelas instituições de solidariedade social que se associarem à iniciativa e ópticas que tenham acordo com o projecto, explica ainda.

Os Serviços Sociais da Câmara Municipal de Lisboa e os Serviços de Acção Social da Universidade de Coimbra vão disponibilizar consultórios onde os médicos voluntários podem fazer, gratuitamente, as consultas de oftalmologia, segundo Filomena Vieira. Com Lusa

Texto editado por Andreia Sanches

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