O Manual do Coração ou um diamante fadista no CCB

O aclamado disco de Helder Moutinho estreia-se este sábado no CCB, em Lisboa, às 21h. Uma viagem imperdível, para os amantes do fado e não só.

Fotogaleria
Hélder Moutinho fotografado para o disco O manual do Coração PAULIANA VALENTE PIMENTEL
Fotogaleria
Bela e Hélder na capa do disco O manual do Coração PAULIANA VALENTE PIMENTEL
Fotogaleria
Hélder Moutinho fotografado para o disco O manual do Coração PAULIANA VALENTE PIMENTEL

Muito elogiado pela crítica (teve nota máxima no Ípsilon do PÚBLICO), o mais recente disco de Helder Moutinho, O Manual do Coração, é este sábado apresentado no CCB, pelas 21h, numa co-produção com o Museu do Fado. Mas o espectáculo, diz Helder, não é uma simples réplica do disco, vai mais além. Terá dez temas do Manual, tantos quantos os compositores nele envolvidos, a que se somarão uns sete temas dos discos anteriores, intercalados. “Não há uma sequência da história, a sequência é toda feita de acordo com a musicalidade dos temas. No fundo, O Manual do Coração é uma coisa que a gente pode folhear, página a página, para ir a assuntos diferentes que têm a ver com as nossas emoções.” E haverá, além disso, dois temas que ele nunca cantou com uma formação de fado: “Atrás dos meus cortinados, que cantei integrado no Quinteto Lisboa, e uma segunda parte, inédita, das quadras do João Monge para o disco 1987.”

Absorver as imagens poéticas

Com Helder Moutinho (voz), estarão no CCB Ricardo Parreira (guitarra portuguesa), André Ramos (viola) e Ciro Bertini (baixo). O concerto vai ser gravado e filmado, ainda sem um objectivo definida de editar um disco ao vivo ou um DVD. Mas o que mais preocupa Helder é que as pessoas se envolvam com o espectáculo. “Isto tem sobretudo a ver com as emoções, com o nosso coração, com as nossas ideologias. E vive muito de metáforas: no fundo, todos nós temos um coração que tem dias e aqueles poemas podem ter sido vividos, de um modo ou outro, por muitos de nós. Essa é a grande magia que o fado e a poesia têm: as pessoas poderem absorver, para si próprias, as imagens poéticas de quem escreve. E, nós, os fadistas somos as pessoas que lêem as palavras dos poetas.”

Como o dia a passar

Isto será transmitido também ao próprio ambiente da sala. “Vamos fazer oscilar as ambiências do espectáculo entre o preto e branco, o sépia e a cor, sendo que na cor não devemos ir mais além dos vários tons de azul. No palco, vamos ser iluminados de maneiras diferentes durante o concerto, como se estivesse o dia a passar.”

Voltando à relação do espectáculo com o público: “Acima de tudo, o que é importante é que as pessoas entendam as palavras, que as adquiram para si próprias e que durante aqueles momentos não pensem em mais nada senão naquelas coisas, nas coisas do coração.”

Sugerir correcção
Comentar