Oposição a Assunção Cristas quer reactivar-se

Grupo alternativo à líder do CDS reuniu-se num jantar e quer tornar encontros mensais

Foto
Filipe Lobo D'Ávila foi um dos organizadores do jantar mrh Martin Henrik

Um jantar organizado pelo líder da lista alternativa à presidente do CDS-PP, Assunção Cristas, juntou na passada quinta-feira à noite perto de 30 militantes e dirigentes para debater propostas do partido. A iniciativa realizou-se em Santarém, círculo por onde foi eleito o deputado Filipe Lobo d’Ávila que foi o cabeça de lista da oposição à direcção ao Conselho Nacional no congresso de Gondomar.

No encontro estavam militantes e dirigentes de norte a sul do país, e também das ilhas, assim como dois antigos presidentes da Juventude Popular. Estavam ainda, além de Lobo d’Ávila e de Raul Almeida, Altino Bessa (presidente da distrital de Braga) e João Casanova de Almeida (ex-secretário de Estado da Educação no anterior Governo). Esta foi a quinta reunião do grupo que se candidatou em oposição à lista da direcção, no congresso de Março passado, mas foi a primeira mais alargada. O objectivo oficial era olhar para a moção que apresentaram ao congresso para permitir uma actualização das propostas. “A ideia é ir consolidando um caderno de ideias. Se a direcção entender que o nosso trabalho é válido pode vir ao nosso encontro”, afirmou ao PÚBLICO Raul Almeida, ex-deputado e um dos promotores do jantar.

Os encontros deste género poderão repetir-se e até ganhar um ritmo mensal. As propostas que são trabalhadas podem ser levadas ao Conselho Nacional do partido, órgão em que a lista liderada por Filipe Lobo d’Ávila obteve 24% dos votos.   

Os mais críticos da líder do partido têm-se mantido em silêncio dada a proximidade das eleições regionais nos Açores. Ao contrário do líder do PSD, Assunção Cristas tem feito várias deslocações às ilhas para fazer campanha.

Demarcação do PSD

O CDS-PP quis marcar a agenda desta semana com uma proposta sobre a lei de bases do sistema educativo, mas o projecto chumbou com os votos contra da esquerda e o PSD absteve-se.

Os sociais-democratas estão a fazer um debate interno sobre o mesmo tema e vão também apresentar uma proposta. O PSD considerou, por isso, que este não era o timing para fazer esta discussão, tendo em conta que o Conselho Nacional de Educação ainda está também em debate. Foi a segunda divergência com o PSD numa semana, depois de o líder da bancada, Luís Montenegro, ter criticado a proposta do CDS (e do BE) de eliminar a isenção do IMI aos partidos. Esta posição, se for a assumida pelo partido nas votações, inviabiliza a proposta do CDS. Os centristas não querem assumir o desconforto com este afastamento do PSD até porque consideram que isso permite uma demarcação com o PSD, que pode ser útil quando precisarem de se abster numa proposta social-democrata. 

Sugerir correcção
Comentar