Kristalina Georgieva entra na corrida a secretária-geral da ONU

A Bulgária substituiu Irina Bokova pela candidata apoiada pela chanceler alemã.

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© Stoyan Nenov / Reuters

A Bulgária mudou a sua candidata ao cargo de secretária-geral da ONU, substituindo Irina Bokova por Kristalina Georgieva, anunciou o primeiro-ministro do país, citado pela AFP.

Kristalina Georgieva, candidata apoiada pela chanceler alemã, Angela Merkel, é considerada a mais difícil adversária do ex-primeiro-ministro português António Guterres na corrida à liderança das Nações Unidas.

Em reacção à TSF, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, disse que a candidatura de Guterres é "exemplar". À Lusa Santos Silva acrescentou que a candidatura de Guterres foi "transparente e a tempo", por isso, vê esta nova candidatura com "serenidade".

"Apresentámos a candidatura do engenheiro António Guterres no fim do mês de Fevereiro. Fizemo-lo a tempo, com toda a transparência e de forma a que António Guterres fosse sujeito a todas as provas e passos que o processo de selecção a secretário-geral das Nações Unidas hoje exige", declarou Santos Silva à Lusa.

Já António Guterres recusou comentar a entrada em cena de Georgieva, actual vice-presidente da Comissão Europeia, a quem já foi concedida uma licença sem vencimento.

Em meados deste mês, o primeiro-ministro, António Costa, fez um apelo para que não exista "alguma manobra de última hora" na eleição do futuro secretário-geral das Nações Unidas, defendendo que o processo tem sido "transparente" e que tem revelado António Guterres como o "melhor" candidato.

O anúncio de mudança de candidata pela Bulgária foi feito pelo primeiro-ministro, Boiko Borissov, em Sofia, nesta quarta-feira. “Nós acreditamos que é uma candidatura de sucesso”, disse o chefe do governo de centro-direita aos jornalistas na capital búlgara referindo-se a Kristalina Georgieva.

O nome de Irina Bokova tinha sido proposto pelos socialistas búlgaros. Kristalina Georgieva é de centro-direita.

Bokova já reagiu, considerando "indigno" que lhe seja pedido para se retirar.

Comentário de Teresa de Sousa: Berlim ainda não percebeu como se exerce uma liderança

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