Protagonismo de Sócrates divide PS

O ex-primeiro-ministro tem várias iniciativas agendadas para os próximos dias, o que sugere um regresso político.

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Sócrates na inauguração do Túnel do Marão Adriano Miranda

A presença de José Sócrates na Universidade de Verão da JS e do departamento de mulheres socialistas da Federação da Área Urbana de Lisboa, marcada para a próxima sexta-feira, dia 23, foi criticada em surdina, mas Ana Gomes, eurodeputada do PS, pôs tudo em pratos limpos: “Acho profundamente errado que um convite dessa natureza tenha sido feito por um órgão do partido como é a FAUL”, disse na antena da TSF. A conduta de José Sócrates é "incompatível com um mínimo de credibilidade que se exige a um político sério", acrescentou.

Mas o reaparecimento de Sócrates não desagrada a todos. Aliás, é fonte de divisão no PS. O socialista Porfírio Silva, por exemplo, achou o convite normal e disse que irá se puder. Também o deputado do PS Joaquim Barreto considerou a participação de Sócrates numa iniciativa promovida pelo partido “desejável”.

Confortável está o primeiro-ministro que, como o PÚBLICO noticiou na terça-feira, não estará presente no evento das mulheres do PS por não ter sido convidado. Em Maio, os dois socialistas estiveram juntos na inauguração do Túnel do Marão e cumprimentaram-se duas vezes, mas os momentos foram tão breves que nenhuma câmara os registou. As justificações para que não tivesse havido imagens dos cumprimentos foram de diferentes naturezas. "O primeiro encontro foi dentro de um autocarro, com vidros fumados, reservado para levar os políticos e convidados ao local da inauguração", contou o PÚBLICO na altura. E o segundo foi no final do discurso de António Costa que, ao terminar, desceu do palco cumprimentou Sócrates, sem que as câmaras de televisão ou os fotógrafos conseguissem captar o momento.

A questão Sócrates pode ter, porém, mais desenvolvimentos. Ao que noticiou o jornal i esta manhã, o ex-primeiro-ministro tem vários eventos agendados nos próximos tempos que sugerem a preparação de um regresso político, a começar por um jantar restrito (esta quarta-feira) e a terminar num almoço de homenagem (no próximo sábado), supostamente para definir outras iniciativas públicas.

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