Assunção Cristas: Costa mandou o Bloco estar calado, mas já foi tarde

Líder centrista exige uma clarificação do PS sobre o anunciado imposto extraordinário sobre o imobiliário. Ou estão ao lado da radicalização que o Bloco quer, ou junto dos que defendem o investimento e a poupança.

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Assunção Cristas visitou a região autónoma da Madeira Miguel Manso

A presidente do CDS quer que o primeiro-ministro seja claro sobre se haverá ou não um novo imposto sobre o património imobiliário. O país, argumentou Assunção Cristas esta terça-feira na Madeira, precisa de saber, e cabe a António Costa tranquilizar as famílias, os investidores e aqueles que querem atrair investimento para Portugal.

“Aparentemente”, considerou a líder centrista, o primeiro-ministro tentou “pôr ordem na casa”, mandando o Bloco “estar calado”, mas a intervenção de Costa foi tardia e insuficiente para acalmar os portugueses.

Por isso, disse aos jornalistas à margem de uma visita às zonas afectadas pelos incêndios de Agosto passado, o primeiro-ministro tem de explicar aos portugueses se “alinha” com a estratégia das “esquerdas mais radicais”, que mais do que combater a pobreza, querem fazer um combate à riqueza.

O país, continuou, necessita de um “efectivo combate à pobreza”, e isso, no entender de Assunção Cristas faz-se com investimento, crescimento económico e criação de emprego.

“Não olhamos para previsões, olhamos para resultados e os resultados, são muito preocupantes”, afirmou, sustentando que as “ameaças de novos impostos” não trazem a tranquilidade que o país precisa para crescer. Cristas insiste por isso numa clarificação. O PS está com o Bloco nesta “radicalização” da agenda política, ou está ao lado dos que querem o progresso, o investimento e a poupança.

A presidente do partido foi à Madeira inteirar-se das consequências dos incêndios que provocaram três mortos e 157 milhões de euros de prejuízos. Durante a manhã reuniu primeiro com Paulo Cafôfo, presidente da autarquia funchalense, e depois com Miguel Albuquerque, chefe do executivo regional. No final, prometeu que o partido estará atento à concretização dos apoios prometidos por Lisboa.

“O CDS está atento e disponível para garantir que aquilo que foi acordado é efectivamente cumprido”, disse aos jornalistas à saída do encontro com Albuquerque, notando que as verbas prometidas pelo Governo da República ainda não chegaram. “É preciso é que as verbas prometidas cheguem. Tanto quanto me foi dado saber, essas verbas ainda não chegaram e sem verbas é mais difícil que as coisas andem rápido.”

Ainda sobre promessas do Governo, Cristas lembrou que o apoio de Lisboa para a construção de um novo hospital na região foi uma garantia de António Costa, quer agora deve “cumprir” com a palavra.

A antiga ministra do Mar, questionada pelos jornalistas sobre a notícia do jornal espanhol ABC, trazida esta terça-feira pelo PÚBLICO, desvalorizou a questão. “É um debate antigo”, disse, confiando que “em tempo oportuno” Lisboa e Madrid vão entender-se sobre esta matéria.

Em causa, está o artigo do ABC considerar que Portugal instalou uma “base” numa “ilha rodeada de águas espanholas”.

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