Presidente da República elogia na ONU integração de refugiados e migrantes em Portugal

Marcelo, Sampaio e Guterres chegam juntos a pé à sede das Nações Unidas, onde decorreu uma reunião de alto nível sobre refugiados.

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Marcelo está em Nova Iorque com o candidato português a secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres Enric Vives-Rubio

O Presidente da República elogiou esta segunda-feira, na sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova Iorque, a integração de refugiados e de migrantes em Portugal, destacando o acesso das crianças à saúde e à educação públicas.

"No que respeita à integração, Portugal promove o acesso dos filhos de todos os migrantes aos sistemas de educação e saúde públicos. Não importa se são regulares ou irregulares aos olhos da lei do país", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, durante um encontro de alto nível sobre refugiados e migrantes.

Num discurso de cerca de cinco minutos, o chefe de Estado elogiou também o trabalho da Plataforma Global de Assistência Académica de Emergência a Estudantes Sírios, criada e liderada pelo antigo Presidente da República Jorge Sampaio, que esteve igualmente presente nesta reunião da ONU.

Marcelo Rebelo de Sousa defendeu a importância de os jovens refugiados poderem prosseguir os seus estudos e referiu que aquela plataforma já permitiu integrar "muitos, muitos estudantes sírios em universidades de dez países".

No plano da União Europeia, o Presidente da República disse que Portugal aceitou as suas obrigações. "Mas duplicámos os números de refugiados acolhidos pelo nosso país, por razões de solidariedade. Temos recebido milhares de pessoas vindos de todos os lados, através da Turquia, Grécia, Itália, Egipto, estes últimos em cooperação com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados", acrescentou.

O Presidente da República, o antigo chefe de Estado Jorge Sampaio e o candidato a secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU) António Guterres tinham chegado juntos a pé à sede da ONU, em Nova Iorque.

Marcelo Rebelo de Sousa, Sampaio e Guterres - que há 20 anos se cruzaram no palco da política nacional, respectivamente, como líder do PSD, Presidente da República e primeiro-ministro - encontraram-se à porta do hotel onde estão instalados, no coração de Manhattan, num dia de chuva, perto das 8h15 (13h15 em Lisboa).

Guterres na agenda

O Presidente da República deu um abraço a António Guterres, depois de reafirmar aos jornalistas que "seria muito estranho" se aparecesse neste momento "qualquer outra candidatura de última hora" a secretário-geral da ONU que não se submeteu aos debates e votações já realizados. "Estamos muito serenos, muito calmos, aguardando com uma boa expectativa a votação de dia 26", acrescentou.

Marcelo Rebelo de Sousa abraçou também Jorge Sampaio, que integra a sua comitiva oficial nesta visita, e em seguida os três caminharam, à conversa, numa curta deslocação até ao edifício sede da ONU, para participar numa reunião de alto nível sobre migrantes e refugiados.

O Presidente da República seguiu no meio, de braço dado com Jorge Sampaio, com António Guterres à sua esquerda. Junto a eles, estava também o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva. Atrás, vinha a restante delegação portuguesa.

A comunicação social tentou abordar António Guterres, mas o ex-Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados não mostrou vontade de falar.

Depois da intervenção nesta reunião de alto nível, Marcelo encontra-se com o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, e posteriormente tem três encontros bilaterais com os seus homólogos do Brasil, Michel Temer, da Guiné Bissau, José Mário Vaz e do Senegal, Macky Sall. Este último é um dos 15 países com assento no Conselho de Segurança das Nações Unidas, que têm participado nas votações preliminares para o cargo de secretário-geral das Nações Unidas.

Antes, Marcelo encontrou-se também com o Rei de Espanha, outro dos 15 países do Conselho de Segurança da ONU e que, naturalmente, estão todos presentes na 71ª Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas, que decorre esta semana em Nova Iorque.

Se o Presidente não pode fazer campanha aberta por Guterres nas Nações Unidas, certo é que tanto o tema das suas intervenções como a presença e proximidade com o ex-Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados funcionam como uma mensagem clara e um sublinhado ao percurso e capacidades do candidato português à sucessão de Ban Ki-moon. 

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