Plano de Investimento Juncker na Europa, África e Médio Oriente

Alargamento da iniciativa criticado por organizações ligadas ao desenvolvimento.

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Operação de salvamento dos Médicos Sem Fronteiras num barco cheio de imigrantes ao largo da Sicília JASON FLORIO/MOAS/AFP

O presidente da Comissão Europeia propôs que o plano de investimento conhecido como Plano Juncker duplique a duração, até 2020, e aumente a sua capacidade financeira para pelo menos 500 mil milhões de euros, quando o objectivo inicial era de 315 mil milhões.

Além disso, Jean-Claude Juncker propôs a criação de um Plano de Investimento Externo Europeu, para estimular o desenvolvimento das economias africanas e do Médio Oriente, vizinhanças que causam preocupações de segurança aos europeus – é aquilo a que a no discurso tecnocrático se costuma designar como “lidar com os motivos de fundo da imigração”.

O Banco Europeu de Investimento terá um papel fundamental: pode garantir até 32.300 milhares de euros em garantias até 2020, diz a Comissão, que espera mobilizar até 44 mil milhões de euros de investimentos. Se outros parceiros igualarem a contribuição europeia, o montante total poderá atingir 88 mil milhões de euros, nas contas de Bruxelas.

Este projecto não é, no entanto, isento de críticas. Natalia Alonso, vice-directora da organização não-governamental Oxfam International, salienta que há erros de análise na base destas iniciativas. As empresas não investem em países instáveis, e não é certo que haja benefícios em juntar fundos públicos e privados em ajudas ao desenvolvimento, diz, citando um relatório do Tribunal Europeu de Auditores de Contas.

“O plano de investimento Juncker corre o risco de pr0mover e apoiar uma maior presença de empresas em países em desenvolvimento na ausência de um quadro legal adequado, que garanta transparência e responsabilidade legal”, escreve Alonso no site Euractiv.

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