PS diz que candidatura de Cristas a Lisboa é jogada política interna

Duarte Cordeiro estranha lançamento feito a 250 km da capital e afirma que o objectivo é "consolidar a liderança" no CDS e "ganhar notoriedade".

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Duarte Cordeiro foi mandatário da candidatura presidencial de Manuel Alegre Rui Gaudêncio

 O presidente do PS/Lisboa, Duarte Cordeiro, define a anunciada candidatura da líder do CDS-PP, Assunção Cristas, à autarquia da capital em 2017 como uma "jogada política" apenas com "motivações internas". "Cristas é uma candidata postiça, é uma candidata faz de conta, e apenas apresenta motivações internas para a sua candidatura", disse o socialista à Lusa.

Duarte Cordeiro falava no dia seguinte à presidente do CDS-PP, Assunção Cristas, ter anunciado na rentrée do partido - em Oliveira do Bairro (distrito de Aveiro) - que vai ser candidata nas autárquicas de 2017 à câmara de Lisboa. A "única preocupação" de Cristas "parece ser consolidar a sua liderança e ganhar notoriedade numa altura em que o CDS aparece muito fraco nas sondagens", disse o socialista.

"Há o facto estranho de ser lançada uma candidatura a Lisboa a 250 quilómetros de distância. Há um total vazio de ideias. O CDS está apenas preocupado com jogadas internas", declarou ainda Duarte Cordeiro, que também acusou o PSD de parecer "esgotado" e apenas "discutir soluções do passado" para Lisboa.

"A direita parece não estar muito preocupada com Lisboa. Olha para as autárquicas como uma jogada política", concretizou o líder do PS/Lisboa e também vice-presidente da autarquia.

Depois, Duarte Cordeiro teceu elogios ao actual chefe do executivo camarário, Fernando Medina, afirmando que "tem demonstrado o seu empenho, dedicação e sentido estratégico na forma como tem resolvido dossiês muito importantes" para a cidade. "O PS tem candidato, equipa, obra e futuro", advogou, mesmo reconhecendo que ainda falta "um quarto do mandato" até às eleições autárquicas, daí também alguma estranheza com a "falsa candidatura" de Assunção Cristas.

Sobre Lisboa, Cristas recordou na intervenção de sábado - em que anunciou a candidatura - que foi na capital que cresceu, estudou e onde começou a trabalhar. "Tenho o vento de Lisboa colado à minha pele e a água do Tejo colada à minha alma", realçou a presidente do CDS-PP, que nasceu em Luanda. Para a líder centrista, o foco do partido de momento tem de ser aquele que "tem calendário marcado" - as autárquicas em 2017.

Medina: "Saudações democráticas"

O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina, escusou-se a comentar a candidatura da líder do CDS-PP à autarquia, limitando-se a transmitir a Assunção Cristas "saudações democráticas" pela entrada no debate sobre a capital.

Falando aos jornalistas antes do início oficial do Dia Nacional do Bombeiro Profissional, no Terreiro do Paço, em Lisboa, Fernando Medina destacou que falta mais de um ano para as eleições autárquicas e "um quarto do mandato", em que espera estar focado na concretização dos projetos em curso.
 

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