A reunião descentralizada da Câmara de Lisboa que se realizou esta quarta-feira ficou marcada pela intervenção de vários moradores do Intendente que deram conta do receio que têm de sair à rua devido ao tráfico e consumo de droga que, segundo dizem, são feitos a céu aberto em várias artérias da zona. A introdução de videovigilância e o aumento do policiamento foram algumas das sugestões que deixaram para resolver o problema.

“A droga nos últimos meses cresceu e implementou-se que é uma coisa assustadora”, afirmou uma das intervenientes na reunião, dedicada às freguesias de Arroios e das Avenidas Novas. “É gritos, é dá-me a dose. Sabemos os preços das doses porque ouvimos”, descreveu Belmira Gama, alertando para a existência de “dezenas” de pessoas a drogarem-se à vista de todos em locais como a Travessa do Maldonado.

“É um céu aberto de droga”, concluiu a residente na zona do Intendente. Antes dela também Raquel Fernandes tinha alertado para o problema que, acredita, está “bastante pior” no último ano. “É mesmo grave o que se passa ali”, afirmou a munícipe, lamentando que os polícias se concentrem no Largo do Intendente e não patrulhem com a frequência necessária “as ruas problemáticas”.

Já Bruno Assunção deu conta de que “muitos têm medo de sair à rua” devido ao tráfico e consumo de droga mas deixou claro que esse não é o único problema da zona. A falta de iluminação pública e as carências ao nível da higiene urbana foram também abordadas pelo munícipe, que recordou os tempos em que o anterior presidente da câmara trabalhava no Intendente: “Desde que António Costa, nosso amigo, saiu, não tivemos mais limpeza”, lamentou.

Em relação à limpeza, a resposta coube ao vice-presidente da autarquia, que fez saber que a zona do Intendente é uma das várias da cidade que poderão vir a receber “eco-ilhas em contentores enterrados”. Segundo Duarte Cordeiro, a instalação desses equipamentos deverá arrancar em Outubro.

Já o presidente da câmara disse ter a “convicção” de que “o processo de transformação” iniciado pelo seu antecessor no Intendente “precisa de ser consolidado, ampliado” e reconheceu que “alguns fenómenos não foram erradicados da zona”. Quanto ao reforço do policiamento pedido pelos moradores, Fernando Medina respondeu que essa é uma competência da PSP, entidade que se fez representar na reunião desta quarta-feira.      

A situação do Bairro do Alto do Parque (cujos moradores se queixam de problemas vários ligados à prática de prostituição nas ruas) e no Jardim do Arco do Cego foram também abordados esta quarta-feira. Desta reunião saiu também uma sugestão de uma munícipe, que Fernando Medina incumbiu a Empresa Municipal de Mobilidade e Estacionamento de Lisboa de estudar: a possibilidade de quem reside na capital e não tem carro ter ao seu dispor um dístico de estacionamento para emprestar aos familiares de visita.