Direita quer ouvir ministra e presidente da Protecção Civil no Parlamento

Sociais-democratas e centristas querem esclarecimentos sobre a demissão do presidente da Autoridade Nacional de Protecção Civil.

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Para Hugo Soares, do PSD, este não é o momento para a Protecção Civil ficar decapitada Rui Gaudêncio

O PSD quer ouvir “com urgência” a ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa, e o presidente da Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC), Francisco Grave Pereira, a propósito da demissão deste responsável, noticiada esta manhã pelo PÚBLICO.

Os sociais-democratas querem saber como é que o Governo vai substituir este responsável numa altura em que os fogos ainda afectam muitas zonas do país. “A coordenação da Protecção Civil não pode ficar decapitada num momento em que ainda há muitos incêndios no país”, afirmou Hugo Soares, vice-presidente da bancada parlamentar do PSD. O requerimento para as duas audições pode ser votado já na quinta-feira, dia em que está marcada uma reunião da comissão permanente, o órgão em funções quando a Assembleia da República está de férias.

O major-general Francisco Grave Pereira demitiu-se esta segunda-feira do cargo que ocupava desde Maio de 2014, na sequência das conclusões do relatório da Inspecção-Geral da Administração Interna (IGAI) que lhe imputa a violação do dever de zelo na forma como autoridade geriu o processo de transferência dos seis helicópteros pesados Kamov para a empresa que os está a operar, a Everjets.

O inquérito da IGAI que esteve na origem da demissão foi instaurado em Junho do ano passado por ordem da então ministra Administração Interna, Anabela Rodrigues, na sequência de uma proposta do secretário de Estado João Almeida.

O CDS-PP já anunciou que vai viabilizar este requerimento do PSD. "Viabilizaremos o requerimento já anunciado pelo PSD para que a senhora ministra e o demissionário ou demitido (...) presidente da ANPC possa vir ao parlamento", declarou o líder parlamentar do CDS-PP, Nuno Magalhães, à agência Lusa.

O centrista sublinhou que o país vive ainda um "momento muito difícil" a nível de fogos florestais, com "bastantes incêndios ainda por resolver" e uma semana onde o calor se tem sentido particularmente.

O partido espera, nesse sentido, que a saída do presidente da Proteção Civil, hoje conhecida, não "venha a influenciar negativamente a capacidade de resposta" da entidade.

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