Portugal começa “tudo outra vez” com um “jogo de importância tremenda”

Sem Cristiano Ronaldo e Renato Sanches, Fernando Santos não revelou qual o esquema táctico que vai apresentar na Suíça, na estreia da selecção nacional na fase de qualificação para o Mundial 2018

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O seleccionador nacional Fernando Santos diz que não há equipa que ganhe a jogar mal, mas que é possível fazê-lo sem jogar bonito AFP

Menos de dois meses depois de conquistar no Stade de France, em Saint-Denis, o Euro 2016, Portugal terá, nesta terça-feira, a partir das 19h45, no St. Jakob-Park, em Basileia, de “começar tudo outra vez”. Na antevisão da estreia portuguesa na fase de qualificação para o Mundial 2018, Fernando Santos garantiu que “a festa terminou no edifício dos Paços do Concelho do Porto”, alertando que a Suíça é um “adversário muito forte” e “motivado por defrontar o campeão europeu”. Sem Cristiano Ronaldo e Renato Sanches, titulares na final do Euro 2016, o seleccionador nacional não revelou qual o esquema táctico que vai apresentar.

Num Grupo B onde as hipóteses de Ilhas Faroé e Andorra somarem qualquer ponto fora dos dois confrontos directos que vão realizar parecem muito remotas e onde a Letónia promete ser um adversário incómodo, mas ultrapassável com maior ou menor dificuldade, a luta pelo primeiro lugar, o único que garante o apuramento directo para o Mundial 2018, será quase decidido num torneio triangular entre Portugal, Suíça e Hungria. Dessa forma, a estreia portuguesa na qualificação para a Rússia será a primeira de seis “finais” e Fernando Santos não escondeu que este é um “jogo de grau de importância tremendo nesta ronda de apuramento”.

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No primeiro frente a frente entre candidatos à vitória no grupo, o seleccionador português não terá disponíveis dois jogadores que foram decisivos na triunfante caminhada no Euro 2016 (Cristiano Ronaldo e Renato Sanches) e a ausência do avançado do Real Madrid e do médio do Bayern Munique baralha as contas tácticas da selecção nacional. Após um jogo de preparação com Gibraltar, que não passou de um “treino a sério”, o seleccionador português deverá regressar à fórmula de sucesso utilizada em França (Rui Patrício, José Fonte e Cédric foram poupados contra os gibraltinos) e não é de descartar que hoje, na Suíça, Portugal inicie a partida com o mesmo “onze” que terminou o Euro 2016: um 4x3x3, com William, Moutinho e João Mário no meio-campo e um trio de ataque formado por Nani, Quaresma e Éder.

Na antevisão da partida do St. Jakob-Park, Fernando Santos disse não ser “relevante” o esquema táctico que Portugal vai utilizar, adiantando que tudo dependerá “das necessidades do jogo”, podendo nuns momentos ser “um 4x3x3 e em outros um 4x4x2”. O maleável desenho táctico previsto pelo treinador nacional levanta um pouco a ponta do véu sobre o primeiro “onze” português na qualificação para o Mundial 2018, abrindo a porta para a colocação de João Mário na direita, no lugar de Quaresma, e um meio-campo composto por um trio formado por William, Moutinho e Adrien, permitindo que em determinados momentos da partida Nani deslize para o centro, fazendo par com o jogar mais adiantado que, previsivelmente, será Éder.

Do lado suíço, as dúvidas são bem menores. Vladimir Petkovic, que lidera a formação helvética desde o final de 2013, vai, com toda a certeza, decalcar o esquema táctico que utilizou no Euro 2016 (4x2x3x1), restando apenas uma dúvida: quem será o substituto de Xherdan Shaqiri, a estrela dos suíços, que vai falhar o duelo com a selecção portuguesa devido a lesão. Numa opção mais conservadora, prevendo um duelo intenso com Nani, Petkovic pode apostar na colocação de Gelson Fernandes, jogador que representou o Sporting em 2012-13, no lado direito do meio-campo. Nas restantes escolhas, não deverá haver nenhuma surpresa, sendo provável que o jovem Breel Embolo ganhe a luta com Haris Seferovic pela posição de atleta mais adiantado no ataque dos suíços.

Na radiografia que fez à Suíça, equipa que foi eliminada do Euro 2016 sem qualquer derrota no tempo regulamentar – foi afastada pela Polónia nos oitavos-de-final no desempate pela transformação de grandes penalidades -, Fernando Santos não foi contido nos elogios. O treinador campeão europeu descreveu os helvéticos como “muito fortes”, com “uma defesa boa” que sofre “poucos golos” e tem “dois laterais de grandíssima qualidade”, destacando ainda o “meio-campo forte”. Quanto à receita para somar os três pontos, Fernando Santos manteve o discurso do Euro 2016: “Ninguém ganha se jogar mal. Isso é impossível. Posso é não jogar bonito. Só podemos sair daqui com uma vitória, se jogarmos bem. A questão de jogar mal e ganhar eu nunca vi.”

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