Laurel Halo, Moritz von Oswald e Kara-Lis Coverdale fecham o Semibreve

Cartaz do Semibreve fechado

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Laurel Halo é uma das mais criativas autoras a operar dentro do contexto do techno

A mês e meio do arranque do sexto Semibreve, eis que chegam os nomes que fecham o programa de 2016. E não faltam razões para ir até Braga entre 28 e 30 de Outubro: o histórico Moritz von Oswald junta-se a Rashad Becker, a primorosa exploradora da aridez techno Laurel Halo levanta o véu sobre o seu novo álbum e duas das mais entusiasmantes compositoras da música vanguardista norte-americana, Kara-Lis Coverdale e Christina Vantzou, prometem deixar a sua marca.

Quase em menos tempo do que aquele que se leva a dizer “música electrónica exploratória e arte digital”, o Semibreve afirmou-se como um acontecimento obrigatório nas agendas nacional e internacional. Muitos dos mais importantes nomes de uma abordagem audaz à música electrónica passaram já pela cidade minhota e a edição de 2016 deverá continuar a cimentar essa posição de referência. Desde logo pela presença do histórico alemão Moritz von Oswald (Basic Channel, Rhythm and Sound), que se evidenciou desde os anos 80 ao afirmar-se como fazedor de um dub cruzado com batidas techno. Moritz, que nos últimos anos tem gravado sobretudo com o seu trio para a Honest Jon’s, apresenta-se em Braga em duo com Rashad Becker, explorando no projecto Fathom a sonoridade do piano.

O contingente feminino norte-americano será liderado por Laurel Halo, uma das mais criativas autoras a operar dentro do contexto do techno, esticando os limites mais pop e psicadélicos até níveis etéreos, através de álbuns como o muito celebrado Quarantine (2012). No Semibreve, Halo, cuja formação clássica é denunciada pela arquitectura das suas peças, deverá antecipar algum do material que lançará no seu próximo álbum, a publicar em 2017. De uma forma ainda mais aprofundada, a música erudita (com especial relevo para a sacra) é um alicerce fundamental da criatividade de Kara-Lis Coverdale, colaboradora habitual de Tim Hecker, classifica pelo jornal britânico The Guardian como “uma das mais entusiasmantes jovens compositores norte-americanas”. A sala do Theatro Circo assistirá à sua estreia em palcos portugueses.

O cenário para a apresentação de Christina Vantzou, baseada nos seus últimos álbuns lançados pela Kranky, será bem diferente – a Capela Imaculada do Seminário Menor. Nascida no Kansas, Vantzou notabilizou-se no duo texano The Dead Texan, operando desde 2003 a sua experimentação ambiental a partir de Bruxelas. As últimas novidades de um programa que inclui igualmente espectáculos de Andy Stott, Kaitlyn Aurelia Smith, Nídia Minaj, Oliver Coates ou Tyondai Braxton, incluem ainda a música de reminiscências orquestrais e vocais de Jonathan Uliel Saldanha registada em túneis e apropriadamente lançada enquanto Tunnel Vision, assim como as instalações Quintetto, pelo italiano Quiet Ensemble, e Growing Verse, da autoria do japonês Junya Oikawa.

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