Lucas Pouille é o quinto mosqueteiro

Angelique Kerber confirma favoritismo ao triunfo no Open dos EUA.

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O tenista espanhol foi eliminado nos oitavos-de-final da competição KENA BETANCUR/AFP

Antes de o torneio de Roland Garros se iniciar no final de Maio, Lucas Pouille só tinha ganho um encontro em torneios do Grand Slam. Nesta segunda-feira , eliminou Rafael Nadal do Open dos EUA e soma já oito encontros no somatório dos dois últimos majors. Quem reparou na presença do tenista francês nos quartos-de-final de Wimbledon não pode achar estranho a qualificação de Pouille para a mesma fase do Grand Slam norte-americano. Mas pode ficar surpreendido pela maturidade de um jogador de 22 anos num quinto set, numa sessão nocturna no Arthur Ashe Stadium, o maior court do mundo, mesmo tendo em conta que Nadal, número cinco do ranking e bicampeão do Open dos EUA, não ostenta a mesma confiança de outrora.

“É a vitória mais bela da minha carreira. Em que se pensa? Neste momento nada, apenas disse a mim próprio: ‘Já está, conseguiste!’ Foi longo, estava um pouco cansado… Tudo o que coloquei no encontro, compensou”, revelou Pouille, logo após derrotar Nadal, por 6-1, 2-6, 6-4, 3-6 e 7-6 (8/6), ao fim de quatro horas de muita emoção e excelente ténis. A presença pela segunda vez nos quartos de um Grand Slam aos 22 anos e seis meses é um feito de que nenhum dos actuais “mosqueteiros” franceses – Jo-Wilfred Tsonga, Gael Monfils, Richard Gasquet e Gilles Simon – se pode orgulhar.

“Lucas é mais forte que nós com aquela idade”, disse Monfils. “Lucas é melhor que eu ou Gael com a mesma idade”, reforçou Tsonga. Ambos não se referiam só aos resultados ou ao ranking, mas sim aos aspectos técnicos, tácticos, físicos e, sobretudo, à atitude, que permitiu a Pouille recuperar de um break de desvantagem no quinto set e de 0/2 no tie-break decisivo.

“Pensei: ‘Tens o teu serviço, vais ter uma oportunidade para recuperar’. E tive-a. Depois, ficou quente. No tie-break, cometi menso erros e fui mais agressivo. Decidiu-se em pequenos detalhes”, revelou.

Com Pouille, Tsonga (11.º) e Monfils (12.º) nos "quartos" do Open dos EUA, este é um feito inédito para o ténis francês. E é com um dos compatriotas que Pouille tem agora de jogar. “Preferia um estrangeiro. Quando está num determinado estado de espírito, Gael é inacreditável. Mexe-se muito rápido, serve e bate forte do fundo do court. Na última vez [Austrália, em 2015], jogámos cinco sets e liderei por dois sets a zero. Não vai ser fácil, mas sei que, eu também, estou em boa forma”, frisou.

Seja qual for o resultado, Pouille já tem garantida a entrada no "top-20", sem nunca ter conquistado um título no ATP World Tour (apenas uma final, em Bucareste, este ano) nem no circuito challenger, onde ainda no ano passado competia – entrou no "top-100", em Abril de 2015. No outro "quarto", Tsonga enfrenta o líder Novak Djokovic, que ultrapassou o britânico de 21 anos, Kyle Edmund (84.º), por 6-2, 6-1 e 6-4.

Antes, a sessão nocturna abriu com um confronto entre duas campeãs do Grand Slam, onde Angelique Kerber (2.ª), vencedora na Austrália, afastou Petra Kvitova (16.ª), bicampeã em Wimbledon (2011 e 2014), por 6-3, 7-5. Nos quartos-de-final, Kerber vai defrontar Roberta Vinci (8.ª).

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Lucas Pouille segue na competição contra o tenista francês Gael Monfils DON EMMERT/AFP
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